Nova metodologia de fluxo estrangeiro da B3 causa variação de R$ 112,7 bi desde 2020
A B3 divulgou hoje uma explicação adicional sobre a revisão de dados de fluxo estrangeiro realizada este ano. O destaque ficou para a revisão de metodologia no cálculo do volume estrangeiro em Ofertas Públicas Iniciais (IPOs, na sigla em inglês) e ofertas subsequentes (follow ons). De 2020 para cá houve uma variação de R$ 112,7 bilhões pela nova metodologia.
“Passamos a relatar dados de IPO no d+2 da oferta e não só no anúncio de encerramento, que pode às vezes vir até seis meses depois da oferta”, explica. “Agora os dados poderão inclusive conciliar movimentos do mercado primário com o secundário”, disse Luís Kondic, diretor executivo de Produtos da B3.
O dado do saldo de estrangeiros no mercado primário de IPOs de 2022 foi revisado de R$ 3 bilhões para R$ 3,7 bilhões. Em 2021, por sua vez, o dado de IPOs e follow ons foi revisado de R$ 31,6 bilhões para R$ 48,7 bilhões. Para 2020, o dado de IPOs e follow ons foi revisado de R$ 29,2 bilhões para R$ 40,36 bilhões.
Em relação ao mercado secundário, o saldo de não residentes saiu de R$ 91,1 bilhões para R$ 64,1 bilhões. Para 2021, a revisão foi de R$ 70,8 bilhões para – R$ 7,2 bilhões e o número de 2020 foi de – R$ 31,8 bilhões para -R$ 39,7 bilhões.
Com isso, o saldo não residente total de 2022 em IPOs e follow ons foi revisado de R$ 94,2 bilhões para R$ 67,8 bilhões. O de 2021 saiu de R$ 102,3 bilhões para R$ 41,5 bilhões e o de 2020 foi de – R$ 2,6 bilhões para R$ 0,7 bilhões.
A revisão de 2021 significou uma redução de R$ 79 bilhões no saldo de investidores estrangeiros com aumentos de R$ 47 bilhões em pessoas físicas, R$ 25 bilhões em investidores institucionais, R$ 3 bilhões em instituições financeiras e R$ 3 bilhões em outros investidores.
Já para 2020 a redução de R$ 8,3 bi no saldo de investidores estrangeiros teve como contrapartida elevações de R$ 3,5 bi em pessoas físicas e de R$ 4,8 bi em investidores institucionais.
A bolsa lembrou ainda que foram retirados em 2022 os dados de empréstimos em tela, o que resultou em uma reavaliação dos números de 2020 e 2021. O motivo é que essas operações não constituem fluxo financeiro.
BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe