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Inflação acima da meta pelo segundo ano pode afetar 2023

É consenso que a inflação de 2022 ficará acima do teto da meta pelo segundo ano seguido e as projeções seguem sem previsão de alívio. Alguns bancos e casas de análise já esperam alta de 10% para o IPCA no período. Mesmo estando fora do chamado horizonte relevante do Banco Central (BC) para a condução da política monetária — que já tem 2023 como alvo — a evolução preocupa porque o indicador corrente afeta os preços futuros por meio da inércia e das expectativas inflacionárias.

O último boletim Focus, levantamento feito pelo BC com economistas do mercado, trazia projeção de 7,89% para este ano, 2,89 pontos percentuais acima do teto da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo. Há quatro semanas, a estimativa era de 6,97%.

A inércia mede quanto da inflação de um período foi repassada para o indicador posterior. Quando os preços sobem e se mantêm altos por um tempo, por exemplo, os salários passam a ser reajustados também a taxas altas e isso gera ainda mais inflação. Essa dinâmica é incorporada aos modelos de economistas que, diante de elevação no curto prazo, esperam impacto disso no futuro.

BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe

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