PUBLICAÇÕES

RELATÓRIOS E ARTIGOS ECONÔMICOS

4intelligence: RADAR SETEMBRO/2023

Internacional

Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) avançou 0,6% na passagem de julho a agosto. Em doze meses, o índice acumulou inflação de 3,7%. O núcleo da inflação, por sua vez, registrou alta de 0,3% na passagem do mês.

Esperamos que o comitê interrompa novamente o ciclo de altas na reunião de setembro, enquanto que, para os meses seguintes, a trajetória dos juros dependerá da intensidade do arrefecimento do núcleo da inflação norte-americana, que permanece acima de um patamar confortável.

Brasil

O Produto Interno Bruto cresceu 0,9% no segundo trimestre, na série livre de influências sazonais.

Ao passo que, no primeiro trimestre, o resultado do PIB refletia um fenômeno da oferta – a recuperação da produção agrícola outrora prejudicada por um quadro climático adverso – não se pode alegar o mesmo do comportamento da economia no segundo trimestre. Observamos, pela ótica da demanda, um desempenho satisfatório da absorção interna, com o consumo das famílias (+0,9%), do governo (+0,7%) e os investimentos (+0,1%) avançando – o último, vale dizer, depois de recuar 3,4% no primeiro trimestre. Julgamos que os movimentos refletem a boa dinâmica do mercado de trabalho além de uma melhora do ambiente econômico.

Por fim, as surpresas positivas destes dois primeiros trimestres motivaram uma revisão da nossa projeção de crescimento em 2023 de 2,4% para 3,2%. Para 2024, esperamos um crescimento de 1,8% (ante a uma projeção de 1,4%).

O volume de serviços prestados manteve sua trajetória positiva e se expandiu 0,5% em julho. O varejo restrito, por sua vez, cresceu 0,7%, enquanto a modalidade ampliada recuou 0,3%, puxada pelo setor automotivo. Já a indústria, depois de apresentar um comportamento estável nos últimos meses, recuou 0,6%.

À frente, esperamos que a indústria comece a responder positivamente ao relaxamento do quadro monetário e a melhora do ambiente econômico. Para o varejo, segmentos mais sensíveis à renda se beneficiam da atenuação da inflação e do dinamismo do mercado de trabalho. Vislumbramos, além disso, um cenário mais positivo para o varejo ampliado em decorrência do impulso do mercado automotivo e da redução dos custos de financiamento com o início da flexibilização monetária. O panorama também é positivo para serviços, ainda que certa desaceleração do crescimento seja natural em decorrência do desempenho robusto dos últimos meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou inflação de 0,23% em agosto. Com o resultado, o IPCA acumula uma alta de 4,61% nos últimos doze meses e de 3,23% no ano.

O resultado de agosto dá sinais de reversão no processo de arrefecimento visto ao longo dos últimos meses, ainda que a inflação não deva retornar aos patamares críticos, pois fundamentos, por ora, permanecem majoritariamente positivos. Em relação a energia, antevemos a manutenção da bandeira tarifária verde no curto e médio prazo. No que tange a alimentos, continuaremos a assistir os efeitos das safras de soja e milho sobre os preços. A única incerteza emana do cenário internacional e dos preços de petróleo e combustíveis artificialmente elevados.

O Índice de Governabilidade (I-GOV) da 4intelligence, que afere o ambiente para o avanço da agenda do Executivo diante do Legislativo, do Judiciário e da Opinião Pública, recuou 1 ponto percentual na passagem de julho para agosto – de 46% para 45%. Movimento reflete dinâmica negativa no Legislativo e Judiciário. O I-GOV pode ser encontrado aqui.

Voltar