4intelligence: RADAR MARÇO/2024
Internacional
Nos Estados Unidos, na passagem de janeiro a fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) registrou alta de 0,4%, acumulando variação de 3,1% em
doze meses. O resultado do mês foi impactado, sobretudo, pela alta do grupo de Commodities Energéticas,
de 3,6%, destacando-se a movimentação da gasolina.
Na última reunião do Federal Reserve, o comitê optou por manter inalterado o intervalo móvel da taxa básica de juros do país, em 5,25% – 5,50%, pela quarta vez consecutiva. Há, ainda, alguma incerteza sobre quando o comitê dará início ao ciclo de cortes nas taxas de juros, mas a perspectiva é de que o primeiro corte seja de 0,25 p.p., a partir do mês de maio.
Brasil
O Produto Interno Bruto permaneceu estável no quarto trimestre de 2023, na série livre de influências sazonais, acumulando um crescimento de 2,9% em 2023, a um total de R$ 10,9 trilhões.
A expansão em 2023 pode ser explicada, sobretudo, pelo desempenho surpreendente da Agropecuária, que cresceu 15,1%, dinamizada pelas safras recordes de soja e milho. Adicionalmente, destacamos o desempenho de Serviços, que acumulou uma alta de 2,4% em 2023, e a indústria, que cresceu 1,6% em 2023, puxada pelo setor extrativo. Em 2024, esperamos que o crescimento desacelere para 1,9% em função de uma contribuição negativa da Agropecuária e de um desempenho mais tímido de Serviços, após três anos de forte crescimento.
A produção industrial recuou 1,6% em janeiro. Por outro lado, o varejo restrito avançou 2,5% no mês, ao mesmo passo que o volume de serviços cresceu 0,7%, seu terceiro avanço consecutivo.
Julgamos que o cenário para a indústria melhorou sensivelmente nos últimos meses, o que nos leva a crer que o setor em geral deva começar a devolver parcialmente as perdas do passado recente. Para serviços, esperamos um avanço mais tênue do setor, dado o menor espaço para o crescimento do segmento e o avanço mais lento do emprego e da renda. Também projetamos desaceleração para o varejo, porém, esperamos que a flexibilização dos juros destrave um maior consumo para certos setores.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo apresentou alta de 0,83% em fevereiro. Com o resultado, o IPCA acumula uma alta de 4,50% nos últimos doze meses. O resultado do mês reflete a alta (4,98%) do grupo de educação, decorrentes dos reajustes costumeiros, bem como do grupo de de Alimentação e Bebidas (0,95).
Até o momento, o clima adverso tem impactado algumas safras brasileiras. Porém, não se tem observado uma redução generalizada na produção agrícola brasileira, o que, juntamente do alívio oferecido pela boa oferta mundial de grãos, pode apontar para um impacto nos preços menor que o esperado. Vale ressaltar, contudo, a previsão para o segundo semestre do fenômeno La Niña, que traz consigo riscos ao setor.
Política
O resultado do Índice de Governabilidade (I-Gov) de janeiro de 2024 alcançou 42%, com Lula atingindo o piso aferido em outubro. Na dimensão legislativa, Lula obteve discreta melhora de um ponto, com 17%, porém ambiente ainda segue como o pior para a agenda do governo, enquanto na dimensão jurídica, decresceu para 61% com uma agenda que ainda julga matérias de antecessores. Por fim, na dimensão da opinião pública, Lula atingiu a marca de 49%, a primeira medida mensal abaixo dos 50 pontos.
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