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4intelligence: RADAR JULHO/2023

Internacional

Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) avançou 0,2% na passagem de maio a junho. Em doze meses, o índice acumulou variação de 3,0% – a menor desde março de 2021.

A despeito do aperto monetário em curso, a resiliência do consumo e do mercado de trabalho vem solidificando a perspectiva de um soft landing – cenário de redução da inflação sem muitos custos ao crescimento.

Brasil

O varejo restrito recuou 1,0% em maio – a primeira taxa negativa em 2023 – após um avanço tímido, de 0,1%, no mês anterior. Já o varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos, material de construção e atacado especializado em alimentos e bebidas, recuou 1,1%.

No ano, o varejo acumula uma alta de 1,3%, condizente com um melhor cenário para renda. Outro vetor importante deste comportamento é a dinâmica benigna que se instalou no mercado de alimentos devido a supersafra de soja no primeiro trimestre – cujo efeitos transbordam para outros mercados, como o de criação de gado, por exemplo. Se, por um lado, os consumidores se beneficiam de um choque de oferta que acarretou a queda dos preços de alimentos e outros insumos no atacado e, posteriormente, no varejo, por outro, um cenário de crédito mais restrito, além de um alto grau de endividamento familiar, desestimulam o crescimento da demanda por bens duráveis.

O volume de serviços prestados expandiu 0,9% em maio – após recuar 1,5% em abril, na série livre de influências sazonais. Com o resultado, o setor acumula um crescimento de 4,8% em 2023 e opera em patamar 4,7% superior ao do mesmo período do ano passado.

Prospectivamente, esperamos que Serviços se beneficie, assim como o varejo, da sua sensibilidade à renda, que conta com uma dinâmica positiva em função da ampliação do bolsa família, da recomposição do salário-mínimo e da resiliência do mercado de trabalho, sobretudo formal. Julgamos que estes fatores, combinados, favorecem a massa salarial em 2023. Por outro lado, pesa sobre o setor o quadro de alto endividamento doméstico, que compromete os recursos disponíveis das famílias, além da política monetária que continuará em território contracionista por um tempo, apesar do início próximo da flexibilização. O cenário, dessa forma, está posto para que o segmento permaneça oscilando, mas em um patamar superior ao dos últimos anos.

O IPCA recuou 0,08% em junho e acumulou, com o resultado, uma alta de 3,16% nos últimos doze meses e de 2,87% no ano.

A trajetória dos principais indicadores de preços no país tem demonstrado que o processo de desinflação tem se acentuado ao longo do último trimestre. As contribuições principais partem do grupo de alimentos, em decorrência do recuo nos preços da commodities agrícolas no cenário mundial, notadamente dos cereais, e de insumos energéticos, reflexo da desaceleração da atividade internacional e da política de preços da Petrobras. Esperamos que o IPCA aponte uma inflação de 4,9% ao fim de 2023.

A taxa de desemprego foi de 8,3% no trimestre móvel encerrado em maio de 2023 – o menor resultado para o período desde 2015.

Por ora, os dados de emprego apontam para um mercado de trabalho mais aquecido do que o esperado, diante de um crescimento mais robusto do que o previsto da atividade econômica. Julgamos, no entanto, que essa dinâmica tenda a perder tração nos próximos trimestres, que deverão ser marcados por um menor ritmo da ocupação.

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