4intelligence: RADAR JAN/2023
Internacional
O PIB norte-americano cresceu 0,7% no quarto trimestre – valor equivalente a um avanço anualizado de 2,9%.
A economia norte-americana iniciou 2022 somando dois trimestres consecutivos de retração muito em função de questões contábeis, afinal o consumo privado e investimentos – o núcleo do PIB – apontavam para a direção contrária. A partir do terceiro trimestre, estes fundamentos voltaram a propelir o PIB que, carregado pelo robusto crescimento de 2021, pôde acumular um bom resultado neste ano.
Brasil
A produção industrial recuou 0,1% em novembro, após saltar 0,3% no mês anterior – na série livre de influências sazonais. Projetamos recuo de 0,25% em dezembro.
Julgamos que a produção industrial se manterá relativamente estável nos próximos meses, em um quadro que espelha a normalização gradual das cadeias de abastecimento, além da despressurização dos custos do setor. Domesticamente, a manutenção dos juros em território elevado promete conter a demanda por bens ao longo do ano, enquanto que, internacionalmente, o possível encerramento do ciclo de altas dos juros nos Estados Unidos em meados de 2023 e a reabertura da economia chinesa podem ser positivos à indústria extrativa.
Em novembro, o volume de vendas recuou tanto no varejo restrito (-0,6%) quanto no ampliado (-0,6%) – nas séries livre de influências sazonais. Julgamos que setores mais sensíveis à renda – caso do varejo restrito – terão fôlego para continuar crescendo nos próximos meses, ainda que a taxas próximas à estabilidade. Os segmentos se beneficiam da expansão dos auxílios financeiros iniciada em 2022 e da melhora dos indicadores de renda que acompanhou a retomada do emprego. Para o varejo ampliado, o quadro é mais delicado. Os segmentos que caracterizam a modalidade são mais sensíveis ao ciclo creditício e deverão sofrer os efeitos da manutenção dos juros em patamares elevados ao longo de 2023, além do cenário de alto endividamento familiar.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,62% em dezembro. Com o resultado, o IPCA encerrou o ano acumulando alta de 5,79% – arrefecendo significativamente ante a 2021. Prospectivamente, antevemos uma inflação superando, novamente, o teto da meta em 2023 – ainda que em um ritmo mais atenuado do que o do ano passado. Na nossa leitura, a possível reoneração do álcool e da gasolina ao longo do ano tende a pressionar, novamente, os preços administrados, após deflação de 3,8% em 2022. Ao mesmo tempo, o movimento deverá ser parcialmente contrabalanceado por um arrefecimento da inflação de serviços e bens industriais – na esteira de um menor ritmo esperado de atividade econômica, além da manutenção da Selic
em patamares elevados por mais tempo.
A taxa de desemprego terminou o trimestre móvel encerrado em novembro em 8,1% – o menor valor para o período desde 2014 e em patamar 0,9 p.p. abaixo do verificado nos três meses até agosto. Esperamos que a taxa de desemprego encerre o último trimestre do ano em 7,9%. Por outro lado, o ano de 2023 deverá ser marcado por um crescimento mais tímido da ocupação, cenário delineado por um desempenho econômico interno mais modesto e taxa de juros em patamares elevados, dando margem a uma perda de fôlego no desempenho do mercado de trabalho.
No Congresso Nacional, para além das expectativas com as eleições para as presidências das casas, os parlamentares analisarão 27 medidas provisórias, entre elas, a que mantém o Auxílio Brasil de R$ 600.
BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: 4intelligence