Você já deve ter ouvido falar de blockchain, mas você sabe o que é?
Como o conceito pode ganhar importância no cotidiano das pessoas, vale a pena compreender como ele funciona.
Contudo, mais do que explorar a parte técnica do tema, é interessante descobrir como a tecnologia pode ser usada no seu dia a dia. Dessa forma, será possível entender por que a alternativa tem se tornado popular em diversos setores — incluindo o mercado de investimentos.
Quer descobrir o que é blockchain e como ele funciona? Continue a leitura e saiba mais!
O que é blockchain?
O blockchain representa um método de validação de transações descentralizado e criptografado, que é utilizado de maneira digital. Parece complexo? Mas, na verdade, você só precisa saber que essa é uma tecnologia muito utilizada na autenticação e registro de informações digitais.
O surgimento do protocolo no modelo que conhecemos hoje aconteceu em 2008, com a chegada das criptomoedas no mercado. No entanto, o conceito de uma cadeia de registro e autenticação já existia desde a década de 1970.
Como a tecnologia de blockchain funciona?
Para compreender o que é o blockchain, é essencial saber mais sobre o funcionamento dessa tecnologia. A tradução do termo — “corrente de blocos” — já traz informações sobre como a dinâmica do blockchain é estruturada. Afinal, os dados criptografados são armazenados dessa forma: em blocos.
Na prática, quando ocorre uma operação em um ambiente que utiliza o blockchain, a validação das informações é de responsabilidade dos participantes das redes de computadores — chamados de mineradores.
Eles fornecem os seus recursos computacionais para que o sistema realize as operações. Assim, os dados podem ser enviados a centenas ou milhares de dispositivos eletrônicos, por exemplo.
Conforme as operações acontecem, elas são registradas em blocos de dados. Quando um bloco atinge sua capacidade máxima de registro, ele recebe um código criptografado, que é complexo e único — conhecido como hash.
A partir desse momento, o bloco se junta à corrente existente com outros blocos, como se fosse mais um vagão de um trem. O grande diferencial é que o bloco sempre carrega o próprio código e o hash do bloco anterior. Assim, as informações ficam totalmente vinculadas.
Todos esses processos são realizados em uma rede peer to peer (P2P) ou ponto a ponto. Logo, não existe um servidor central que processa e distribui as informações. Em vez disso, são os próprios usuários, espalhados por todo o mundo, que participam da validação.
No final, o blockchain funciona como um livro de registro de operações, autenticando as transações realizadas. Por ser formado por blocos, é como se existissem diversas cópias desse livro em toda a rede computacional. Interessante, não é mesmo?
Características do blockchain
Além da descentralização das operações, o blockchain apresenta outras características importantes. Entre elas, estão:
- criptografia: por meio dela, é possível tornar a estrutura de blocos mais segura, já que cada código funciona como uma chave única, entre milhões de combinações existentes;
- imutabilidade: significa que nenhum dado de registro pode ser alterado. Se qualquer mudança fosse necessária, seria como realizar uma nova operação, exigindo a validação de todos os pontos;
- transparência: todos os integrantes da rede podem conferir, ao mesmo tempo, as informações registradas via blockchain.
Onde o blockchain é utilizado?
Após compreender como o blockchain funciona, é interessante saber como essa tecnologia é utilizada. Inicialmente, o blockchain surgiu como uma solução para o bitcoin, a primeira moeda digital do mundo. Depois, ele começou a ser aplicado em outros ativos digitais.
Como as criptomoedas são descentralizadas, não existe uma entidade regulamentadora das operações. Então, ao comprar e vender bitcoin — ou outros criptoativos do mercado que funcionem com base nessa tecnologia —, o registro e a validação das operações podem acontecer via blockchain.
Ademais, com o avanço da tecnologia, o blockchain passou a ser utilizado de outras maneiras. Uma delas envolve os contratos inteligentes, que permitem que as partes firmem acordos sem precisar de autenticação em cartório, por exemplo.
No futuro, esses smart contracts, como também são chamados, poderão facilitar operações ainda mais complexas, como a negociação de imóveis online. Assim, essa pode ser uma ferramenta para a digitalização das diversas transações do mercado.
Ainda, o blockchain tende a ser mais utilizado em transações financeiras e para atender às necessidades desse setor da economia. Assim, ele pode impulsionar diferentes inovações — por exemplo, ao compor novos meios de pagamento.
No mundo dos negócios, a tecnologia de validação poderá auxiliar cada vez mais na integração de dados de diferentes setores e sistemas. Com isso, ela pode favorecer a análise de dados e a inteligência de negócios (business intelligence).
Viu como são muitas as possibilidades de aplicação dessa tecnologia em nosso cotidiano?
O blockchain é seguro?
Parte da importância do blockchain está relacionada ao fato de essa ser uma tecnologia especialmente segura. Isso se deve às principais características de funcionamento, como a criptografia e a existência dos hashs.
Na prática, seria preciso dispor de uma quantidade muito elevada de recursos para quebrar uma chave criptográfica. Como consequência, virtualmente, é impossível fraudar o código de identificação de cada bloco.
Além disso, o fato de existir uma corrente de blocos impede que as informações sejam alteradas. Afinal, uma mudança em um código afetaria toda a rede, considerando que os blocos carregam o próprio código e a informação do bloco anterior, certo?
Portanto, as transações com uso do blockchain são especialmente seguras e invioláveis. Como consequência, há mais confiança para utilizar essa solução nas diferentes aplicações do cotidiano, reduzindo os riscos de fraudes.
O que muda no mundo dos investimentos com o blockchain?
Como você viu, o blockchain tem se relacionado ao setor financeiro de diversas formas, como em contratos inteligentes e meios de pagamento. No entanto, o caso de uso mais comum atualmente são as criptomoedas.
Provavelmente, você já ouviu falar sobre o investimento em criptomoedas, certo? Por meio do blockchain, é possível negociar moedas digitais diversas — como o bitcoin e outras alternativas.
Contudo, o aporte direto em cripto ainda não é regulamentado no Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nesse sentido, quem busca investir com proteção institucional pode se expor aos criptoativos de maneira indireta, via fundos de investimento, por exemplo.
Ainda, a tecnologia traz oportunidades para tornar o mercado mais seguro e protegido contra as fraudes. Como ela pode ser usada para reforçar a infraestrutura das instituições financeiras, os investidores tendem a ser beneficiados pela segurança gerada por essa cadeia de blocos.
Como você acompanhou, o blockchain é uma tecnologia que surgiu com as criptomoedas, mas que se expandiu e apresenta, atualmente, outras formas de uso. E, como ele pode impactar o mercado de investimentos, vale a pena acompanhar as mudanças e novidades relacionadas a ela.
Fonte: Como Investir | ANBIMA
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