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Twitter: O que acontece após a oferta de Elon Musk?

A semana está acabando agitada no mercado graças ao anúncio do empresário Elon Musk, controlador da Tesla (TSLA34), sobre a oferta oficial e não solicitada para comprar todas as ações do Twitter (TWTR34). O valor proposto é de US$ 54,20 por ação e a intenção é fechar o capital da companhia.

Com o anúncio, o Twitter chegou a subir mais de 11% nas negociações de pré-mercado. Já as ações da Tesla registraram queda na abertura do mercado e operam em desvalorização de cerca de 3% na Nasdaq, em meio às dúvidas se a operação de fato será consolidada, e, nesse caso, o que Musk vai fazer com empresa de mídia e qual será o peso dos acionistas e da administração do Twitter sob o seu comando.

Na análise de José Augusto Albino, sócio-fundador da Catarina Capital, a negociação abre possíveis cenários para as ações do Twitter. O primeiro e o mais comum seria a busca por outros potenciais compradores, para fazer uma proposta concorrente a de Musk e que pague mais para a empresa. Para o executivo, um “plano B” também atenderia a empresa em caso do dono da Tesla desistir do negócio ou não poder fechar a operação por questões legais.

Mesmo que o negócio envolvendo o capital do Twitter não prospere em nenhuma das frentes, Albino lembra que a empresa poderá ter que fazer ajustes e reestruturações. Dado o dever fiduciário, o Conselho de Administração vai precisar justificar as razões para não aceitar o valor de US$ 54 por ação e apresentar um plano com o objetivo de trazer, no longo prazo, um valor maior que o proposto por Musk.

“Ficar como está, a partir de agora, não é mais possível: ou a empresa aceita ser vendida para Musk ou um terceiro, ou então vai precisar apresentar para o mercado um plano arrojado, muito diferente do que está fazendo, para justificar um ganho maior que os US$ 54 por ação”, diz. Albino ainda pondera que há um terceiro cenário em que um outro comprador poderia adquirir a parte do Musk, sem necessariamente fechar o capital da empresa. Por outro lado, ele avalia que “é possível, mas pouco provável”.

Ao se observar a repercussão internacional, as opiniões se dividem.

O banco americano Wedbush Securities acredita na tendência de que o Twitter acabe aceitando a oferta de compra não solicitada, “mas não sem muito drama, como um final de novela “. Na avaliação feita à agência Dow Jones Newswires, Dan Ives, diretor do banco, afirmou que “seria difícil para qualquer outro concorrente entrar na disputa e o conselho do Twitter será forçado a aceitar essa oferta e/ou começar um processo ativo para vender o Twitter”.

Já o Interactive Investor, do Reino Unido, avalia que o mercado aposta em uma probabilidade maior de que o acordo seja rejeitado. Victoria Scholar, chefe de investimentos da casa, cita que apesar da oferta atraente com um prêmio significativo e de as ações terem subido 12% inicialmente, houve uma desaceleração posterior dos papéis, o que sugere que “o mercado não está totalmente convencido de que a oferta de US$ 54,20 por ação será aceita”, diz Scholar em comentário enviado aos clientes.

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