Reserva de emergência: como criar e passar por crises sem aperto
A crise causada pela pandemia do novo coronavírus expôs ainda mais a importância de ter uma reserva de emergência. Afinal, você já ouviu aquele ditado “é melhor prevenir do que remediar”? Pois é justamente sobre isso que falaremos aqui, em um post sobre a melhor forma de garantir a sua segurança financeira e estar sempre “coberto” para eventuais surpresas.
O assunto da vez é a reserva de emergência. De acordo com a pesquisa Raio X do Investidor, realizado no final de 2019 pela ANBIMA, 56% dos brasileiros, começaram o ano de 2020 sem nenhuma reserva financeira. Ou seja, muita gente sofreu um forte impacto financeiro com essa pandemia. É claro que no ano passado ninguém esperava algo como o que estamos vivendo hoje, mas é para isso que serve a reserva de emergência, para te socorrer naquele momento em que você menos espera. Então, bora aprender sobre o tema!
Por que começar uma reserva de emergência?
A importância da reserva está estampada em seu próprio nome, como as letras garrafais que indicam na ambulância — EMERGÊNCIA! Ou seja, essa não é aquela graninha que você junta para realizar um sonho!
O objetivo da reserva é montar um colchão de segurança para, caso algo dê errado, você não cair nas dívidas.
Mas, aqui, talvez você pense: poxa, mas por que deixar essa grana tão intocável? Basicamente, para que ela esteja disponível quando você realmente precisar.
Controlar sua vida financeira
No inglês, existe uma expressão muito famosa para quem não tem total controle sobre a própria vida financeira — living paycheck to paycheck. Basicamente, é a prática de viver de pagamento em pagamento, com um orçamento superapertado, em que não sobra nenhuma graninha para poupar ou investir.
No longo prazo, essa rotina pode ser asfixiante, já que você nunca se prepara para um momento ruim. E veja, aqui, nem estamos dizendo que algo ruim pode acontecer, mas apenas apontando para o simples fato de que a vida é imprevisível. Então, não é melhor estar preparado?
A reserva é o primeiro checkpoint para quem quer começar a investir. Antes de qualquer coisa, você deve organizar suas dívidas para que elas sejam pagas sem prejudicar o seu orçamento de sobrevivência – despesas básicas como alimentação, moradia, entre outras. Dizemos isso porque a reserva é justamente a soma de 3 a 12 meses dos seus custos de vida, em que a quantidade de meses que você deve somar é definida de acordo com o quão seguro é o seu trabalho.
Então, quanto maior a sua reserva, maior o seu tempo para dar a volta por cima. Digamos que você saia de um emprego. Com uma boa reserva, você tem tempo para analisar a situação com a cabeça livre de preocupações e tentar uma recolocação mais tranquila.
Ficar de boa na lagoa
Também é importante a sua tranquilidade independentemente do cenário econômico. Como o momento em que estamos passando com a economia global e, por consequência, diversos setores sofrendo com demissões em massa.
Quem conseguiu manter uma reserva, hoje conta com um período de segurança para resistir a essa situação, podendo, inclusive, se sujeitar a permanecer em casa priorizando a sua saúde e de seus familiares.
Como formar a minha reserva de emergência?
A resposta não poderia ser mais objetiva: você precisa mudar de hábito financeiro. Mas não confunda com acabar com sua vida social e não se permitir a nada. Na realidade, você deve se habituar aos poucos à mentalidade de uma pessoa poupadora.
Afinal de contas, caso você tente uma transição brusca, o seu próprio inconsciente não vai aceitar. Você precisa dançar conforme a música, adaptando-se no longo prazo. Veja só!
Você precisar ter na ponta do lápis o seu custo de vida, que inclui todas as despesas fundamentais para a manutenção do seu dia a dia, como internet, luz, aluguel, condomínio e água.
Defina o tamanho da sua reserva
Beleza, então, você descobriu seu custo de vida — digamos, por exemplo, R$ 1 mil. Agora, é importante definir o grau de segurança que essa reserva deve oferecer. Quanto maior o tempo, maior a segurança e maior o valor a ser economizado. Por exemplo:
- 3 meses de contas pagas: R$ 3 mil;
- 6 meses: R$ 6 mil;
- 1 ano: R$ 12 mil.
Estipule um prazo para bater a meta
Agora que você tem o valor definido, é o momento de decidir um prazo para alcançar esse objetivo. Digamos que você pretenda comprometer 10% da sua renda mensal para montar esse fundo. Nesse cálculo, se a sua renda for de R$ 2 mil:
- 10% de R$ 2 mil é R$ 200;
- para juntar uma reserva de R$ 3 mil, serão necessários 15 meses;
- para uma reserva de R$ 6 mil, 30 meses;
- para uma de R$ 12 mil, cinco anos.
Corte gastos desnecessários
Com o tempo, você cria gosto pelo hábito de poupar. Então aproveite esse entusiasmo e elimine todos os gastos paralelos e desnecessários do seu dia a dia. Por exemplo: você assina revistas que nunca lê? Cancele. Usa mais Netflix do que TV a cabo? Cancele a TV a cabo. O carro está sempre parado e exigindo custos de manutenção, seguro e impostos? Venda o carro.
O objetivo não é abrir mão do consumo, mas consumir de maneira inteligente, cortando tudo aquilo que gera custos e nenhum aproveitamento real na sua vida.
Obedeça a suas metas
Digamos que você queira começar com 5% do salário, e não 10%. Sem problemas, apenas comece. O mesmo vale para quem deseja iniciar com R$ 50 por mês — o importante é começar e sempre, sempre, sempre poupar. Reforçamos isso porque é a construção do hábito econômico que aproximará você dos seus objetivos.
Onde aplicar a minha reserva?
Deixar o dinheiro debaixo do colchão também não é muito inteligente. Afinal de contas, você pode usar os investimentos como uma forma de acelerar a construção da sua reserva. Como o próprio nome sugere, porém, reserva financeira é sinônimo de segurança, e não de rentabilidade.
Por isso, os investimentos da renda fixa com maior liquidez, que proporciona capacidade de sacar esse dinheiro rapidamente em um momento de necessidade, são os mais indicados para essa finalidade.
Fonte:Anbima
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