Recompras de ações aumentam em 2021
Bolsa em queda, ações com preços atrativos, empresas capitalizadas e menos endividadas. A combinação desses fatores levou a um forte crescimento na abertura dos programas de recompra de ações em 2021, especialmente no segundo semestre, quando a desvalorização dos papéis se acentuou.
Foram 108 programas abertos no ano passado, segundo a base de dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O número representa alta de 44% em relação aos 75 anunciados em 2020. Dezembro, com 18, foi o mês com mais recompras anunciadas. E janeiro parece manter o ritmo, com nove anúncios até a noite de ontem.
“A bolsa brasileira teve um sell-off [onda vendedora] muito importante, saindo de 130 mil pontos para cerca de 100 mil pontos em poucos meses”, afirma o chefe da área de análise e pesquisa do BTG Pactual para América Latina, Carlos Eduardo Sequeira.
O Ibovespa fechou 2021 com desvalorização de 11,93%. Embora esteja longe de haver consenso no mercado sobre quão baratas estão as ações brasileiras, Sequeira considera que a bolsa está em níveis atraentes, negociada abaixo da média histórica. “As empresas desenham seus orçamentos para o ano seguinte por volta de dezembro. Devem ter se sentido confortáveis para fazer os seus anúncios, além de aproveitar que as ações estão baratas”, diz.
Fonte: Valor Investe