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Powell reforça política restritiva e diz ser necessário mais dados para cortar juros

Apesar de o processo desinflacionário ter apresentado alguma melhora nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que o banco central mantém a orientação restritiva de política monetária, a fim de conter as pressões inflacionárias.

Durante coletiva de imprensa, logo após a decisão de juros do Fed, o banqueiro central mais importante do mundo ressaltou que os esforços continuarão concentrados em alcançar os objetivos de emprego máximo e preços estáveis para os americanos. “A inflação diminuiu substancialmente, mas ainda continua muito elevada. Estamos empenhados em trazer a inflação à meta de 2%.”

Powell reforçou ainda que não é apropriado reduzir os juros até que se tenha uma maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma substancial, apesar de os indicadores recentes terem sidos mais favoráveis do que no início do ano. “Precisaremos de mais dados bons para reforçar a nossa confiança de que a inflação está evoluindo para 2%.”

Mais cedo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável após avanço de 0,3% em abril, abaixo do consenso do mercado, que esperava uma alta de 0,1%. Na base anual, o indicador subiu 3,3%, abaixo dos 3,4% registrados em abril. Já o núcleo do indicador, que exclui alimentos e energia, subiu 0,2% em maio na comparação mensal, abaixo dos 0,3% vistos no mês imediatamente anterior.

Juros mantidos

Em decisão unânime, como amplamente esperado pelo mercado, o Fed manteve a taxa de juros no maior nível desde 2001, no intervalo de 5,25% e 5,50%. No comunicado, os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sinalizaram que a manutenção da taxa pela sétima vez consecutiva se deu porque a atividade econômica continua expandindo, o mercado de trabalho segue aquecido e o desemprego permanece baixo.

No dot plot, um gráfico de pontos, que é divulgado a cada duas reuniões do Fed, mostra que dos 19 banqueiros presentes na reunião, 15 esperam que os juros fiquem no menor nível do que o atual no fim de 2024. Do total, oito membros esperam que os juros sejam reduzidos em 50 pontos-base até o fim do ano, enquanto outros sete preveem redução de 25 pp e quatro acreditam que os juros permanecerão onde estão.

Segundo o economista-chefe da Nippur Finance, Cristian Pelizza, a surpresa negativa é que quatro membros não preveem corte de juros este ano. “É um cenário que se comparado com as projeções do começo do ano é muito pior do que era. Isso é justificado pela própria atividade econômica mais forte nos EUA, aliada a uma inflação mais resistente.”

Para 2025, nove dirigentes estimam que os juros terminarão entre 4% e 4,25% ao ano, quatro esperam que as taxas fiquem entre 4,25% e 4,50%, enquanto outros quatros projetam juros abaixo de 4% e apenas um no nível atual.

Para o ano seguinte, sete membros preveem que os juros ficarão entre 3% e 3,25%, três esperam taxas entre 3,25% e 3,50% e outros três estimam taxas entre 3,50% e 3,75%. Já quatro banqueiros projetam juros abaixo de 3% e apenas dois esperam juros acima de 4%.

 

Fonte: CapitalAberto

Por: Leandro Tavares

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