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Na COP26, líder chinês pede mais apoio dos países ricos para a luta contra a crise climática

O presidente da China, Xi Jinping, pediu nesta segunda-feira que os países ricos façam mais para ajudar os países em desenvolvimento a lutar contra a crise climática. A mensagem de Xi foi enviada por escrito à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), já que o líder chinês decidiu não viajar a Glasgow, na Escócia, para participar presencialmente do evento. Sua ausência foi criticada por outros líderes, já que a China é um importa ator na luta ao combate a mudanças climáticas.

“Os países desenvolvidos não devem apenas fazer mais, mas também fornecer apoio para ajudar os países em desenvolvimento a fazerem melhor”, disse Xi no texto, divulgado pela agência estatal Xinhua.

No texto, Xi não citou especificamente o compromisso que se espera que os países ricos assinem durante a conferência: o direcionamento de US$ 100 bilhões anuais para o financiamento de medidas de ação climática nos países em desenvolvimento. A meta só deve ser atingida em 2023, três anos depois do acertado no Acordo de Paris.

Pouco antes da COP26, a China divulgou suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), o documento em que os países assumem compromissos na luta contra o aquecimento global. Mas Pequim não apresentou metas mais ambiciosas, apesar da pressão internacional.

No discurso em texto, Xi reiterou a promessa de atingir o pico das emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e de neutralizá-las até 2060. No entanto, o país tem enfrentado problemas para cumprir suas metas devido à atual crise energética e mandou suas mineradoras ampliarem a produção de carvão.

“Vamos acelerar a transição para a energia verde e de baixo carbono, desenvolver vigorosamente a energia renovável e planejar e construir grandes usinas eólicas e fotovoltaicas”, disse Xi. Ele também disse que os países precisam “preservar o consenso multilateral” e acelerar as ações conjuntas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

“As partes precisam honrar seus compromissos, definir metas e visões realísticas e fazer o melhor, de acordo com as condições nacionais, para entregar suas medidas de ação climática”, acrescentou o presidente chinês.

França

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu que os maiores emissores de gases de efeito estufa sejam mais ambiciosos em seus compromissos climáticos. Caso contrário, os esforços globais para conter o aquecimento global não serão “críveis”.

“A chave para os próximos 15 dias aqui é que os maiores emissores… aumentem suas ambições”, disse Macron, sem citar especificamente países como a China e Estados Unidos. “É a única maneira de tornar nossa estratégia crível.”

O pedido foi feito por Macron durante discurso na COP26, em Glasgow. Na avaliação da França, os compromissos mais ambiciosos são a única maneira de limitar o aquecimento global a 1,5º C, como acertado no Acordo de Paris.

A França se coloca como garantidora do Acordo de Paris após ser sede da cúpula histórica para as mudanças climáticas. Mas ativistas em Glasgow lembraram que o próprio governo de Macron ainda não cumpriu suas promessas no tratado e pediram que o país faça mais para ajudar na luta contra o aquecimento global.

Índia

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anunciou nesta segunda-feira (1), durante a COP26, que o país pretende atingir a meta líquida de zero emissões de carbono em 2070 e, antes, em 2030, ter 50% de sua energia de fontes renováveis.

Esta é, até então, a meta mais ousada apresentada no primeiro dia da Cúpula do Clima da ONU, que reúne mais de 120 líderes mundiais em Glasgow, na Escócia. Foi uma surpresa, já que, há poucos dias do evento, o país não dava indicações de que apresentaria o compromisso de zerar suas emissões.

A Índia é o terceiro maior emissor de gás carbônico do mundo e a meta pretende ser alcançada através do aumento de sua capacidade de gerar energia limpa. Pela proposta apresentada pelo primeiro-ministro, a ideia é atingir 500 gigawatts de produção de energia limpa até o fim desta década. Assim, metade da eletricidade da Índia virá de fontes renováveis até 2030. Até o mesmo ano, o país pretende reduzir as emissões de dióxido de carbono em 1 bilhão de toneladas.

Para isso, Modi exigiu que os países ricos aumentem suas contribuições para ajudar as nações menos desenvolvidas. “A expectativa da Índia é que as nações desenvolvidas disponibilizem US$ 1 trilhão de recursos para o clima o mais rápido possível”, disse, citado pelas agências Bloomberg e Associated Press, defendendo que as nações que não cumpram seus compromissos climáticos sejam pressionadas pela comunidade internacional.

Brasil

O Brasil refez sua promessa de redução das emissões de gases de efeito estufa: quer cortar em 50% até 2030. A promessa anterior era de 43%. Além disso, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que o país se comprometerá a zerar as emissões líquidas até 2050, dez anos antes do inicialmente prometido.

Ainda na COP26, a ministra Tereza Cristina defendeu hoje que a agricultura brasileira é movida à ciência e exaltou os investimentos feitos nos últimos 50 anos para tropicalizar culturas e animais, além de desenvolver sistemas produtivos sustentáveis. Segundo ela, os saltos de produtividade ao longo das décadas permitiu que o produtor brasileiro aumentasse o volume colhido sem desmatar. Só na cultura da soja, foram poupados 71 milhões de hectares.

BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe

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