Inflação pauta reunião do mercado com o Banco Central
Nas duas primeiras reuniões trimestrais de economistas do mercado financeiro com a diretoria do Banco Central, a preocupação com o comportamento da inflação neste ano marcou presença, assim como as incertezas com a política econômica futura, em um cenário de nebulosidade elevada devido à eleição presidencial. Além disso, divergências sobre a dinâmica inflacionária de 2023 estiveram presentes, em especial, na segunda reunião do dia, assim como uma preocupação maior com o crescimento no próximo ano.
O Valor conversou com diversos participantes das reuniões. Nas duas, as projeções de inflação relatadas pelos presentes estavam entre 5,5% e 6%, enquanto alguns enfatizavam riscos de uma inflação acima de 6% e outros já exibiam estimativas para o fim do ano nesse nível. Durante os dois encontros, houve quem destacasse a piora no comportamento da inflação e uma atenção especial aos preços do petróleo, que poderiam se manter em níveis elevados, mesmo em um cenário de tensões reduzidas entre Rússia e Ucrânia.
Durante a primeira reunião do dia, cujo início se deu às 10h e se estendeu por pouco mais de uma hora, alguns participantes apontaram que o risco de alta para a inflação poderia ser amenizado pela apreciação recente do câmbio. No entanto, houve, entre os presentes, muitas dúvidas sobre se a valorização do real terá continuidade diante da incerteza eleitoral. Além disso, alguns economistas apontaram que a moeda brasileira está se aproveitando da realocação global de portfólios, que tem beneficiado, em especial, ativos de mercados emergentes.
Fonte: Valor Investe