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Governo de Portugal quer empresas trabalhando com o Estado para a internacionalização

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), João Gomes Cravinho, disse hoje que é fundamental o aumento do financiamento da AICEP para desenvolver mecanismos em que as empresas trabalhem com o Estado para a sua internacionalização.

 

“Aquilo que é fundamental é o aumento do financiamento. O financiamento tem de vir de vários fatores e nós temos agora um conjunto de fundos novos que não existiam no passado”, adiantou João Gomes Cravinho.

 

No entender do chefe da diplomacia portuguesa, entre os novos fundos de financiamento da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) estão “fundos europeus ligados à transição digital e à transição energética”.

 

“Temos de saber ir utilizá-los, portanto, também aí há um processo de aprendizagem. Por outro lado, temos de desenvolver mecanismos ‘ganha ganha’, como dizem no Brasil”, apontou o ministro.

 

Ou seja, explicou João Gomes Cravinho, “mecanismos em que as empresas trabalham juntamente com a instituição do Estado, a AICEP e outras, para financiar a sua internacionalização e trazer e levar no lastro outras empresas portuguesas”.

 

“Sim, maior internacionalização da economia portuguesa significa maior investimento nesses processos de internacionalização”, defendeu o ministro, em declarações aos jornalistas no final da sessão de encerramento da conferência dos 15 anos da AICEP, em Viseu.

 

Para essa internacionalização, frisou o governante, exige-se também “adaptação na forma de trabalhar face aos novos desafios que se colocam às empresas” portuguesas como “a digitalização e tudo o que isso implica em matéria de processos de produção”.

 

“A questão das transformações energéticas de transição verde, o panorama que nós vivemos atualmente de guerra com a instabilidade que isso traz. Quando o Governo atribui à internacionalização da economia portuguesa uma função de motor para o nosso crescimento, significa que temos de ter uma atenção particular e uma grande proximidade em relação às empresas”, admitiu.

 

E, para isso, acrescentou, o Governo tem de “ter um contacto mais profundo, apoiar as empresas que não estão internacionalizadas, mas que gostariam de estar, porque o crescimento da internacionalização tem de vir daí, a maior parte e isso significa capacitar essas empresas”, por exemplo, através da “transformação geracional”.

 

“Nós sabemos que os jovens têm uma formação superior à gente da minha idade e, portanto, a transformação geracional nas empresas ajuda a essa maior abertura da internacionalização, mas quem nunca participou num processo de internacionalização precisa de apoio, ninguém nasce já ensinado”, disse.

 

Tendo em conta o contexto atual de guerra na Europa, com a invasão russa da Ucrânia, a internacionalização tem “riscos mais elevados”, que “são facilmente identificáveis”, segundo admitiu Gomes Cravinho.

 

“Resultam da imprevisibilidade do curso da guerra, da duração da guerra e das consequências da guerra”, prosseguiu.

 

Neste sentido, o ministro apontou uma preocupação que “começa a haver” por todo o mundo e que “a própria covid já tinha mostrado”, ou seja, “a globalização que existia até agora” e que mostrou a necessidade de “haver um equilíbrio entre confiança e dependência”.

 

“Só podemos estar dependentes daqueles em quem confiamos e esse equilíbrio vai provocar uma alteração de investimentos, de cadeias de fornecimento e a economia portuguesa, Portugal é um país que a esse respeito tem alguma facilidade de contacto com todo o mundo, a economia portuguesa pode ser uma das beneficiárias deste processo de reorganização da economia mundial em função das guerras e das incertezas”, assumiu.

 

Fonte: Notícias ao Minuto

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