Finanças para crianças: como introduzir a educação financeira infantil?
Apesar de dinheiro parecer conversa de adulto, ele não é. Quando o tema é tratado desde os primeiros anos de vida pelas pessoas da convivência, como familiares e educadores, são maiores as chances de se estabelecer hábitos financeiros saudáveis na vida adulta.
Neste post, você verá a importância de começar a passar os conceitos básicos de educação financeira para as crianças e algumas dicas práticas para isso. Boa leitura!
O que é educação financeira?
Primeiramente, é preciso compreender o que é a educação financeira para saber como ela beneficia crianças e adultos. Esse conceito trata de um conjunto de conhecimentos e aprendizagens que nos ajudam a estabelecer uma boa relação com o dinheiro.
Assim, a educação financeira não é sinônimo, necessariamente, de acumular patrimônio apenas, mas, sim, assumir o controle das finanças pessoais. A partir disso, é possível manter a organização e o planejamento para usufruir o que se tem de forma consciente.
Qual a importância de falar sobre dinheiro com seu filho?
O ambiente familiar é essencial para a construção de uma relação saudável com o dinheiro. E isso ajuda a prevenir desafios comuns na vida adulta. Dessa forma, as crianças compreendem o seu valor e a necessidade de preservá-lo para evitar o endividamento, procurar ter segurança e alcançar objetivos.
Esse assunto pode ser um verdadeiro tabu para muitas famílias. Afinal, falar sobre dinheiro em nossa sociedade costuma ser motivo de constrangimento. Mas é importante que o tema seja tratado com naturalidade e que as crianças tenham liberdade para fazer perguntas.
Não significa que os adultos devam trazer detalhes ou envolver as crianças nos obstáculos financeiros da família. Mas é importante educar para uma relação saudável com as finanças, de acordo com a idade da criança e respeitando a curiosidade natural.
Desse modo, os pequenos podem construir uma base para o futuro e se desenvolver financeiramente de maneira mais saudável, entendendo a necessidade de preservar os recursos, por exemplo. E isso não se limita ao dinheiro, já que a compreensão sobre desperdício de outros recursos também é essencial.
Essa consciência não é boa só para a criança. Ela ajuda a família em diversas circunstâncias. Por exemplo, quando o filho deseja um brinquedo que não pode ser comprado naquele momento, ele entenderá a necessidade de se planejar e poupar.
Como educar financeiramente as crianças?
É válido reforçar que os adultos que convivem com a criança — seja em casa ou na escola — precisam participar da sua educação financeira. Ela pode acontecer naturalmente em qualquer idade, mas quando a criança já tem a oralidade desenvolvida é mais fácil dialogar.
Existem muitas maneiras de estimular essa aprendizagem. Confira algumas dicas para adotar na rotina!
Seja um exemplo
A educação financeira é, em grande medida, aprendida em família. As crianças se espelham muito nos adultos mais próximos e os têm como referência. Por isso, se o objetivo é inspirar uma boa relação com o dinheiro, o exemplo é essencial.
Se os pais gastam mais do que recebem, compram por impulso com frequência ou apresentam comportamentos desorganizados em relação ao dinheiro, por exemplo, as crianças aprendem desse modo.
E, se a família tentar ensinar diferente, ela percebe que há uma contradição entre o que ensinam e o que fazem. Por isso, tenha em mente que a educação financeira é uma tarefa da família toda. Seu exemplo ensina muito aos seus filhos.
Envolva as crianças em algumas decisões financeiras
Aprender pela prática é excelente para a criança entender o valor do dinheiro. Assim, deixar que ela participe de certas decisões financeiras é muito benéfico e chamará a atenção para o assunto. Essa dica é mais interessante para crianças que já conseguem fazer cálculos simples.
Você pode, por exemplo, separar uma quantia para comprar o presente de aniversário para alguém e orientar o pequeno a escolher dentro desse limite. Pequenas compras domésticas também são ótimas oportunidades para isso.
O mesmo vale para quando a criança desejar um brinquedo ou outro item. Os adultos podem explicar quanto custa e ajudá-la a juntar a quantia. Esse é um bom estímulo para perceber que as compras necessitam de planejamento.
Aposte em recursos lúdicos
As atividades lúdicas, como jogos, brincadeiras e histórias, ajudam os pequenos a aprender sobre diversos assuntos. Logo, também são ótimas para ensinar finanças para crianças. E existem muitas alternativas para explorar esse tema.
Além de serem boas práticas para a família, os livros e as brincadeiras também são ótimos para as escolas. Um exemplo clássico de jogo é o “banco imobiliário”, mas existem muitas outras possibilidades. Inclusive, brincadeiras criadas pela própria família ou profissionais de educação.
Ensine a criança a poupar
A mesada é a primeira experiência para administrar o dinheiro e pode ser a oportunidade para a família ensinar sobre planejamento e organização. Além disso, outro bom recurso é o cofrinho, que pode servir para guardar dinheiro para algum objetivo.
O conceito de investimento pode ser ensinado dessa forma. Para isso, a dica é acrescentar “juros” no valor guardado no cofrinho se a criança mantiver a quantia por um tempo. Assim, ela terá a experiência de investir adaptada para a sua idade e sentirá mais os benefícios de poupar o dinheiro.
Ou até mesmo quando a criança já estiver um pouco maior, transferir o dinheiro do cofrinho para um investimento, para que ela possa ir acompanhando o crescimento do saldo ao longo do tempo, com os novos aportes e com os juros.
Bastante interessante, não é mesmo?
Como introduzir o projeto sobre educação financeira nas escolas?
Apesar de ser essencial, a educação financeira para crianças e jovens ainda é negligenciada no Brasil. No entanto, existem projetos que tentam reverter esse quadro e incentivar sua aprendizagem na educação básica.
O Ministério da Educação (MEC) traz esse conceito na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um dos temas transversais a serem explorados na jornada escolar. Assim, as escolas precisam se adaptar para incorporarem a proposta no currículo.
Para atender a essa necessidade, as instituições podem contar com parcerias e eventos temáticos. Um exemplo é a Global Money Week, uma campanha que acontece anualmente e leva diversos conhecimentos para as escolas.
Que tal começar a ensinar finanças para as crianças e ajudar a construir uma relação saudável com o dinheiro? Esse incentivo em casa e na escola faz toda a diferença para a criação de bons hábitos, que impactarão positivamente a vida adulta.
Fonte: Como Investir?
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