ESG criará bolhas financeiras como as criptomoedas, afirma executivo gringo
Bolhas financeiras vão se formar à medida que os investidores buscam meios para fazer negócios sustentáveis, de acordo com Tim Adams, presidente do Instituto Internacional de Finanças (IIF).
Durante um painel no Fórum do Futuro Sustentável da CNBC na quinta-feira, Adams afirmou que é inevitável que o atual impulso em direção ao ESG (sigla para ambiental, social e governança, no português) crie ativos que possam exceder o seu valor fundamental.
“Sempre há bolhas, é uma lição de história. Qualquer um que pensa que não teremos é ingênuo”, disse. “Em tempos de grande transformação tecnológica ou econômica, há ruptura e bolhas. Vemos isso nos mercados de criptomoedas agora. Vimos na internet, ao longo da década de 1990, que tudo estourou em março de 2000. E as empresas fracas foram destruídas e as novas surgiram como uma ‘fênix'”, complementou. “Sim, haverá bolhas, existe muito dinheiro correndo atrás de poucos negócios”, finalizou o presidente.
Apesar das possíveis consequências, promover políticas adequadas e um sistema financeiro resiliente quando a bolha estourar, acrescentou Adams, permite que os investimentos em empresas promissoras continuem.
“Vamos intermediar todo o espectro em termos de continuar a canalizar capital para essas novas tecnologias”, disse. “Algumas vão provar não ser viáveis e outras vão mostrar o contrário, empresas das quais ainda nem ouvimos falar vão se tornar a próxima Amazon ou Tesla”, afirmou Adams.
O mercado global de tecnologia verde e sustentabilidade, avaliado em US$ 9,57 bilhões no ano passado, deve valer US$ 41,6 bilhões até 2028, de acordo com um relatório de julho da empresa de pesquisa de mercado Fortune Business Insights.
Fiona Frick, presidente da gestora de ativos Unigestion, disse no mesmo painel que os investidores que buscam capitalizar em uma revolução verde não deveriam estar olhando para os maiores nomes da área hoje.
“Não se trata [de] investir nas 10 ou 20 empresas que são líderes em energia renovável hoje, mas de ampliar o escopo de seu investimento para empresas que talvez não estejam negociando com prêmio hoje porque o mercado ainda não percebeu isso, mas será visto talvez em três ou quatro anos”, disse ela.
Fonte: Valor Investe