Endividamento das famílias põe economia de 2022 em risco
Depois da decepção com a inesperada queda nas vendas do varejo em outubro, divulgada na semana passada, analistas alertaram com mais ênfase para o estrago que o alto nível de endividamento e comprometimento de renda ainda deve causar no consumo, em meio a uma piora significativa das condições financeiras das famílias. Junto com a forte elevação dos juros iniciada neste ano, esta deve ser mais uma trava para o crescimento da atividade em 2022.
De acordo com dados do Banco Central e da Tendências Consultoria, endividamento e comprometimento continuam a bater recordes. Agora, há um agravante, o crescimento de um crédito extremamente caro e de curto prazo, composto pelo cartão de crédito rotativo e parcelado e do cheque especial, na contramão da desaceleração do crédito livre à pessoa física. São modalidades usadas para complementar renda do consumo no dia a dia.
“Além dos níveis elevados do endividamento e do comprometimento, o que merece atenção para 2022 é o crescimento do crédito emergencial, que tem juros acima de 100% ao ano”, afirma Isabela Tavares, economista da Tendências. Depois de desacelerar em 2020 com a concessão do auxílio emergencial e renegociação de dívidas, a demanda por essas linhas de crédito voltou a aumentar.
Fonte: Valor Investe