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Diferença de juros entre Brasil e EUA é a maior desde 2017

Com a Selic de volta aos dois dígitos e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) prestes a iniciar um ciclo de aperto monetário, mas ainda com uma taxa próxima de zero, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos alcançou o maior nível desde abril de 2017. Esse spread, inclusive, tende a ser ainda maior no curto prazo, na medida em que o Banco Central já indicou que deve continuar a elevar a Selic. O ciclo de aperto do Fed, porém, deve começar a reduzir o diferencial de juros já no fim do primeiro semestre e, embora o Brasil esteja bem à frente dos EUA na normalização da política monetária, analistas acreditam que o momento exige cautela, tendo em vista que a inflação americana se mantém pressionada.

O susto dos mercados globais com o resultado de janeiro do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que veio acima do esperado e mostrou uma inflação mais espalhada, reflete o momento de tensão sobre como será o processo de aperto do Fed. O consenso de projeções do mercado migrou para sete elevações de 0,25 ponto percentual nos juros e algumas casas relevantes, como Citi, Grant Thornton e Deutsche Bank, passaram a projetar um aumento de 0,50 ponto nos juros americanos em março.

“A inflação, agora, está no maior nível dos últimos 40 anos nos EUA. É algo preocupante e a dinâmica salarial pode transformar esse processo em muito mais persistente. Todo banco central do mundo reage a isso. Se você não reagir, vai precisar fazer algo mais duro à frente. O Fed não agiu quando o problema começou a aparecer e, agora, vai ter que correr atrás do prejuízo”, diz o economista-chefe da XP Asset Management, Fernando Genta.

Fonte: Valor Investe

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