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Crédito deve se expandir 12,7% em 2021 e 7,3% em 2022, diz Febraban

A expansão esperada para a carteira total de crédito em 2022 passou por nova revisão de baixa, apontando para um viés de queda no próximo ano, segundo a pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas divulgada nesta quinta-feira (18).

Na segunda revisão seguida para baixo, a alta esperada passou de 7,4% em outubro para 7,3% em novembro, “mais uma vez refletindo a deterioração das perspectivas econômicas e as condições financeiras ainda mais restritivas, em razão da alta mais acentuada da taxa básica de juros, a Selic”. Em agosto, a alta esperada era de 7,8%.

De acordo com a Febraban, a revisão de baixa ocorreu principalmente na carteira com recursos livres (+8,0% ante +9,1% na pesquisa de outubro), enquanto a expansão projetada para a carteira direcionada ficou praticamente estável em 4,1% (ante 4,2%).

Para 2021, a expectativa é que a carteira total de crédito deve se manter em um ritmo de expansão elevado e crescer 12,7% em 2021. No levantamento anterior, a projeção era de alta de 12,3% e, no de agosto, de 11,3%. “A projeção prossegue em linha com a estimativa feita pelo Banco Central, que é de expansão de 12,6%”, diz a Febraban.

Conforme o levantamento, o destaque foi a revisão feita na carteira de crédito livre, cuja estimativa de alta passou de 14,1% para 14,8%, impulsionada pela carteira Pessoa Jurídica Livre – estimativa de crescimento passou de 11,2% para 12,7%. Nesta carteira estão linhas como capital de giro, antecipação de faturas de cartões de crédito e desconto de duplicatas e recebíveis.

A pesquisa mostrou ainda que a revisão de alta da carteira livre destinada às famílias foi mais tímida, de 16,8% para 16,9%. “Na carteira com recursos direcionados, a revisão também foi ligeiramente positiva, de alta de 8,0% para 8,1%”, diz a entidade.

“Devido aos bons resultados positivos da carteira de crédito nos últimos meses, ainda poderemos ter revisão de alta nas estimativas para este ano”, afirma, em nota, Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban. “O levantamento consolida a análise de que o grande destaque de 2021 será a carteira destinada às famílias, com o aquecimento de linhas ligadas ao consumo, após a flexibilização das medidas restritivas e o avanço da vacinação”, acrescenta.

Quanto à taxa de inadimplência da carteira livre, a pesquisa mostra uma ligeira alta nas projeções tanto para 2021 como para 2022, “embora ainda sugerindo um cenário sob controle”. Para 2021, a projeção subiu de 3,2% para 3,4%, retornando à estimativa do levantamento de agosto. Para 2022, a estimativa foi de 3,5% para 3,7%. “Em ambos os casos, as projeções seguem abaixo do patamar pré-pandemia (3,8%).”

Em relação à política monetária, a maioria dos entrevistados (88,9%), entendeu como adequado o ajuste de 1,5 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic) na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Segundo a pesquisa, os entrevistados estimam mais um aumento de 1,5 ponto percentual na reunião de dezembro, seguida por duas altas de 1,0 ponto percentual nas reuniões de fevereiro e março do próximo ano, com a Selic terminando o atual ciclo de ajuste em 11,25% ao ano.

Para a maioria, a elevação recente da Selic e outra alta esperada para a próxima reunião do Copom será capaz de trazer a inflação de 2022 para um intervalo de tolerância, com baixa possibilidade de chegar ao centro da meta (de 3,5% no ano que vem).

“Para o câmbio, a expectativa é de certa depreciação ao longo do 1º semestre de 2022, chegando no patamar de R$/US$ 5,60”, diz a Febraban.

A Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Copom. O levantamento divulgado hoje foi realizado entre os dias 4 e 9 de novembro e reuniu as percepções de 18 bancos sobre a última ata do Copom e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para este ano e o próximo.

Fonte: Valor Investe

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