Começa a reunião do Copom, enquanto estrangeiros fazem a festa na bolsa brasileira
Fique de olho
No dia do primeiro pregão de fevereiro, começa o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decide a Selic amanhã.
Em levantamento feito pelo Valor, 112 consultorias e instituições financeiras foram unânimes na expectativa de que a taxa básica de juros será aumentada em 1,5 ponto percentual, para 10,75% ano, em linha com a indicação da autoridade monetária. Assim, a Selic voltará aos dois dígitos após quatro anos e meio.
A previsão de alta de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos não tem impedido a bolsa de avançar. O Ibovespa acumulou ganho de quase 7% em janeiro. O estrangeiro já colocou US$ 4,5 bilhões em ações brasileiras, um terço de tudo que entrou no ano passado na B3. Ajudou até na valorização do real, que voltou a ser cotado a R$ 5,30 por dólar.
Mas essa festa pode não se prolongar, alertam gestores. Os ventos contrários do banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed), e a campanha eleitoral no Brasil podem agitar os mercados.
O banco central norte-americano pode aumentar até sete vezes os juros durante o ano de 2022, na avaliação de grandes bancos e gestoras, como resultado do tom mais duro adotado em sua decisão da semana passada.
As instituições vêm mudando suas projeções depois da sinalização de que as taxas podem subir mais do que as três vezes estimadas pelo Fed em dezembro, em função da contínua inflação em nível elevado.
Além disso, a divulgação dos balanços do quarto trimestre das companhias internacionais continua a todo vapor nesta semana, que promete ser a mais agitada da temporada. Hoje, empresas como Alphabet (controladora do Google), General Motors (GM), UBS e Exxon Mobil estão entre os destaques.
“Diferentemente do Copom, que só faz preço no dia do anúncio, a divulgação dos balanços das empresas tem feito bastante preço e mostrado pontos interessantes, momentos de recuperação”, afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Aqui, a Indústrias Romi abre o calendário nacional de divulgação de balanços do quarto trimestre, após o fechamento do mercado. Amanhã, Santander e Cielo divulgam seus números. Não há mais resultados na agenda desta semana.
Na Ásia, as comemorações do Ano Novo Lunar mantiveram a maioria das bolsas fechadas hoje. Os destaques ficaram com os ganhos em Tóquio e na Austrália. As bolsas da Europa também abriram no positivo e os índices de ações futuros de Nova York passam a cair.
Agenda
Começa hoje a reunião do Copom, que decide a Selic amanhã.
Além disso, a consultoria IHS Markit informa o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial de janeiro do Brasil, às 10h, e dos Estados Unidos, às 11h45 (de Brasília).
Na zona do euro, o indicador aumentou a 58,7 em janeiro, de 58,0 em dezembro, alcançando o nível mais alto em cinco meses, conforme divulgado hoje cedo. Ainda assim, o índice cresceu abaixo do esperado.
Empresas
- O conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou ontem, por unanimidade, a venda da operação de serviços móveis da Oi pela aliança formada pelas rivais Telefônica, dona da Vivo, TIM e Claro. A agência estabeleceu condições para a transação, como o atendimento ao Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) e acabar, em 18 meses, com sobreposição de frequências. O ativo foi vendido em leilão judicial por R$ 16,5 bilhões.
- O grupo Gerdau, um dos maiores fabricantes de aços longos, planos e especiais das Américas, acaba de definir um plano de longo prazo — dez anos —, para se manter entre companhias na vanguarda em programas de redução de emissões de carbono do processo de fabricação do aço. A empresa definiu como meta chegar em 2031 com geração 11% menor no volume de CO2 emitido para cada tonelada de aço que produzir.
- A Petrobras iniciou os testes operacionais do Polo GasLub, o antigo Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ). Com o início das operações, o Polo GasLub passa a receber gás natural não processado, proveniente do Terminal de Cabiúnas.