Bancos Centrais de países emergentes avançam em ciclo de alta de juros
Enquanto as pressões inflacionárias continuam a mostrar força tanto em economias de mercados emergentes quanto no mundo desenvolvido, a diferença nas respostas dadas pelos bancos centrais tem aumentado. O processo de elevação das taxas de juros nos emergentes tem sido cada vez mais acelerado. Já os bancos centrais de países avançados mantêm uma postura mais observadora, mesmo diante da volatilidade dos mercados, que têm precificado uma retirada cada vez mais rápida dos estímulos monetários.
“Com as políticas altamente acomodatícias e as recuperações ainda longe de serem concluídas, os bancos centrais estão em uma posição difícil. Não é surpreendente que a resposta deles exiba uma divisão clara entre os bancos centrais de mercados desenvolvidos e os de mercados emergentes”, dizem os economistas Bruce Kasman, Joseph Lupton e Michael Hanson, do J.P. Morgan. Para eles, a ancoragem das expectativas de inflação nos países desenvolvidos dá aval à paciência dos BCs.
Do outro lado, as autoridades monetárias de mercados emergentes têm avançado no ciclo de elevação de juros. Algumas, inclusive, optaram por surpreender os mercados recentemente e aumentar as taxas em níveis mais fortes do que os precificados nas curvas de juros.
Foi o caso do Banco do Chile, que, em outubro, elevou sua taxa de juros em 1,25 ponto percentual, para 2,75%, enquanto o Banco Nacional Tcheco fez um movimento de igual magnitude no mês passado, ao elevar sua taxa de referência para 2,75%, enquanto o mercado esperava uma alta de apenas 0,75 ponto.
Nas últimas semanas, os bancos centrais da Polônia (alta de 0,75 ponto percentual), Brasil (aumento de 1,50 ponto), México (0,25 ponto) e Peru (0,50 ponto) também deram prosseguimento aos ciclos de elevação de juros e indicaram que o processo de aperto monetário deve continuar.
Fonte: Valor Investe