Ibovespa encerra sessão em queda, à espera de Copom e Fed
Fonte: Valor Econômico
Por: Bruna Furlani
ASPAS DE FABRICIO VOIGT
O Ibovespa terminou a sessão de hoje em queda de 0,12%, aos 134.960 pontos. A aproximação de um cenário de alta de juros no Brasil, que deve ser anunciado amanhã pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ajudou a puxar o principal índice da bolsa brasileira para baixo.
Dados vindos dos Estados Unidos também voltaram a elevar a cautela em torno da necessidade de um ajuste mais forte, de 0,50 ponto percentual (p.p.), nos juros pelo Federal Reserve (Fed), na decisão de amanhã. Ainda assim, a aposta majoritária seguiu em uma redução de meio ponto percentual, segundo dados compilados pelo CME Group.
Fabrício Voigt, economista e analista sênior da Aware Investments, avalia que o Fed deve agir com “parcimônia” após números mais fortes de atividade divulgados hoje. Segundo ele, um corte de 0,50 p.p. aparenta ser mais “pressão do mercado do que algo necessário”. “Um corte de 0,25 ponto é o mais provável”, resumiu.
O Departamento de Comércio divulgou hoje que as vendas no varejo dos Estados Unidos subiram 0,1% em agosto, ante o mês anterior, totalizando US$ 710,8 bilhões. O número veio acima da previsão de queda de 0,2% dos analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.
Houve ainda a divulgação dos números da produção industrial, que subiu 0,8% em agosto ante julho, de acordo com dados do Fed. O resultado também veio maior do que o previsto por especialistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, que esperava uma alta de 0,2%.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, também acredita que um corte de 0,25 p.p. é o mais provável nos Estados Unidos e que os indicadores de varejo e indústria afastaram a chance de recessão americana. A questão, diz, é que uma queda de 0,50 p.p. por lá seria mais favorável para a bolsa brasileira.
A queda nas ações de Petrobras, Vale e bancos ajudou a manter o Ibovespa no campo negativo ao longo da sessão. Os papéis ordinários da petroleira recuaram 0,61%, a R$ 40,52, enquanto os preferenciais caíram 0,46%, a R$ 37,04.
As ações da petroleira foram afetadas por entrevista dada pelo diretor-executivo financeiro e de relacionamento com investidores, Fernando Melgarejo, à Reuters. Segundo ele, a Petrobras terá uma visão mais voltada para a exploração e produção de petróleo e gás natural em seu próximo plano estratégico 2025-2029, em relação ao planejamento realizado pela gestão anterior.
As ações da CSN Mineração encerraram com a maior queda na sessão (-2,82%) após subir quase 7% na véspera.
Por outro lado, os papéis da Azul continuaram a ser destaque na sessão de hoje e responderam pelo melhor desempenho entre as ações do Ibovespa pelo terceiro dia, com uma alta de 13,84%, a R$ 6,25. Com a subida recente, o valor de mercado da companhia bateu R$ 2,2 bilhões, segundo números de Einar Rivero, da Elos Ayta.
Na mínima intradiária, o índice chegou a 134.180 pontos, e bateu 135.118, na máxima intradiária. O volume financeiro do dia no índice foi de R$ 12,1 bilhões. O dia foi de movimento misto nas bolsas americanas: o Nasdaq encerrou com alta de 0,20% e o S&P 500 subiu 0,03%, enquanto o Dow Jones recuou 0,04%, fechando perto da estabilidade.
Uma pesquisa do Bank of America (BofA), realizada com gestores de ações, projeta que, em 2024, o Ibovespa negocie entre 130 e 140 mil pontos. Apenas 23% dos entrevistados projetam que o índice fique acima dos 150 mil pontos até o fim do ano.
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