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Ibovespa cai com dados fortes dos EUA e volta para os 127 mil pontos

Na contramão dos principais índices internacionais, o Ibovespa desta quinta-feira, 18, fechou em queda. Em dia de agenda vazia, a bolsa brasileira ficou atenta ao exterior com as declarações do Fed Boy de Atlanta. Por aqui, uma possível fusão entre a 3R e a PetroReconcavo surpreendeu e repercutiu positivamente. Em contrapartida, a intenção de follow-on da Energisa (ENGI11) derrubou as ações da companhia.

Nos Estados Unidos, foram publicados dados semanais de auxílio-desemprego. Entre os dias 7 e 13 de janeiro, houve baixa de 16 mil pedidos na semana, totalizando 187 mil pedidos. Analistas ouvidos pela FactSet previam 205 mil. Outros dados publicados hoje foram de construções de moradias, que caíram 4,3% em dezembro em relação ao mês anterior, ao ritmo anualizado de 1,460 milhão. Analistas esperavam recuo de 8,1%.

“Esses dados acenderam um alerta para o mercado, após a bonança do famoso rally positivo de final de ano”, diz Gabriel Redivo, diretor de gestão da Aware Investments. Segundo ele, o tom extremamente otimista de dezembro abriu espaço para uma realização de lucros no mercado acionário desta última semana.

Ibovespa hoje

IBOV: -0,94%, aos 127.316 pontos.

O que também movimentou as bolsas de valores foram as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de Atlanta, Raphael Bostic, que participou de dois eventos ao longo do dia. Ele adiantou sua projeção de flexibilização nos juros do quarto trimestre deste ano para o terceiro. “Se continuarmos a ver uma acumulação de surpresas para baixo nos dados da inflação, posso ficar confortável em defender uma normalização mais cedo do que no terceiro trimestre”, disse.

Já durante a manhã, o BCE divulgou a ata da sua última reunião de política monetária, em dezembro, no qual as taxas de juros foram mantidas inalteradas pela segunda vez consecutiva. No documento, a autoridade destaca o recuo “acentuado” na inflação da zona do euro nos três meses anteriores, com queda “encorajadora” e disseminada da inflação. Contudo, o BCE reafirmou sua postura de seguir com a política monetária atual, deixando suas opções em aberto e reagindo a partir dos próximos indicadores.

Movimentação das empresas 

Entre as empresas listadas, as maiores altas do Ibovespa ficaram com a PetroReconcavo (RECV3) e a 3R Petroleum (RRRP3). Os investidores acordaram com a notícia de que a Maha Energy propôs a fusão entre as companhias e assimilaram com otimismo a possibilidade. “O JP Morgan afirmou que o onshore da 3R poderia atingir o valor justo de R$ 55 por ação. Porém a transação não é baseada no valor justo, e sim nos preços de mercado de ambas as empresas, e os acionistas das duas companhias poderiam se beneficiar das sinergias”, diz Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

Em contrapartida, a Energisa (ENGI11) figurou entre as maiores baixas da bolsa no pregão de hoje, após confirmar a intenção de realizar uma oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias e preferenciais. O objetivo do follow-on, segundo a companhia, é de captar um volume de aproximadamente R$ 2 bilhões. “O cronograma preliminar da potencial oferta prevê o seu lançamento após o encerramento do pregão de 19 de janeiro de 2024”, diz o fato relevante.

Outras quedas do Ibovespa hoje foram da Hapvida (HAPV3) e da Magazine Luiza (MGLU3).  Petrokas explica que a empresa de saúde foi impactada pela investigação do Ministério Público de São Paulo por descumprimento de liminares, fazendo-a perder R$ 1,5 bilhão em valor de mercado. Já a MGLU3 caiu com falta de confiança do mercado na estrutura de capital da empresa e sem enxergar triggers de curto prazo que sejam positivos para a empresa. “Além disso, o banco americano Morgan Stanley rebaixou as ações da empresa para venda ontem.”

Por fim, segue na mira dos investidores as negociações em torno de um acordo sobre a reoneração da folha de pagamentos em Brasília. No final da tarde desta quinta-feira, estava previsto o encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Ontem, o ministro se reuniu com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para debater o assunto.

Fonte: exame invest

Por: Janize Colaço

Aspas Gabriel Redivo

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