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Eleição nos EUA: pontos para o investidor observar

Fonte: Valor Investe

Por: Alex Silva

Os americanos vão às urnas no início de novembro para escolher quem irá comandar o país a partir de janeiro de 2025 pelos próximos quatro anos. Trata-se de uma disputa que começou com fortes emoções – como o atentado sofrido por Donald Trump, a desistência de Joe Biden em concorrer à reeleição e a entrada da vice-presidente Kamala Harris representando o partido dos Democratas – e, pelos próximos dois meses, tudo pode acontecer. Independentemente de quem vencer a eleição e assumir o comando da maior economia do planeta, há impactos para o Brasil e, consequentemente, para o investidor brasileiro.

Toda mudança de gestão, seja no âmbito público ou privado, representa um momento sensível que pode provocar mudanças nos rumos da organização e nas decisões de investimentos e despesas de forma significativa. No que se refere a uma mudança na chefia de Estado ou governo, mais ainda.

O investidor brasileiro deve se atentar para eventuais mudanças nas políticas macroeconômicas (fiscal, monetária, comercial e de rendas), além de alterações regulatórias que podem ocorrer com a troca de presidente e, portanto, de eventuais mudanças quanto a maior ou menor intervenção do Estado no ambiente econômico.

Questões como taxas de juros, políticas fiscais, acordos comerciais e regulamentações específicas para setores como tecnologia, saúde e energia podem ser afetadas. Além disso, o investidor deve monitorar a volatilidade do mercado, que tende a aumentar durante os períodos eleitorais. Como suas propostas são bem antagônicas, a depender de quem vença o pleito presidencial nos EUA, pode haver continuidade das políticas atuais (caso de vitória de Kamala Harris) ou uma mudança significativa (caso de vitória de Donald Trump). É preciso analisar com atenção os respectivos planos de governo e acompanhar os desdobramentos da corrida eleitoral.

A economia americana é resiliente e pode continuar a crescer, especialmente se houver estímulos econômicos e políticas favoráveis ao crescimento. A inflação e as taxas de juros também serão fatores críticos a serem monitorados. No entanto, é possível que a economia do país enfrente volatilidades devido à incerteza política com a eleição, além de possíveis mudanças nas políticas fiscais e monetárias. Por isso, é recomendado cautela aos investidores, sugerindo-se uma postura mais conservadora aos investimentos nos EUA.

Investir em ativos na terra do Tio Sam antes do resultado da eleição presidencial pode envolver riscos devido à incerteza política e volatilidade do mercado e uma estratégia prudente pode ser diversificar os investimentos, alocando recursos em outros mercados internacionais além dos EUA.

Países com economias estáveis, como aqueles da União Europeia, que possuem políticas econômicas e sociais mais previsíveis, podem ser boas opções para reduzir o risco. Economias como Alemanha e França oferecem estabilidade e setores robustos, como tecnologia, manufatura e saúde. Destaco também Canadá e Austrália, que oferecem estabilidade econômica e setores robustos, como tecnologia, manufatura e saúde. Destaco também Canadá e Austrália, que oferecem estabilidade econômica e são ricos em recursos naturais, além de terem setores de tecnologia e saúde em expansão; China, que, apesar das tensões comerciais, tem crescimento contínuo da economia e o desenvolvimento tecnológico torna o país uma opção atrativa; e Índia, que possui uma economia em rápido crescimento e um mercado consumidor crescente.

Independentemente do país escolhido, quem quer investir no exterior precisa estar atento a estes cinco pontos: 1) Diversificação: espalhe os investimentos por diferentes países, setores e tipos de ativos para reduzir riscos; 2) Pesquisa: estude os mercados e economias dos países nos quais pretende investir, compreendendo os riscos e as oportunidades; 3) Consultoria: considere buscar orientação de consultores financeiros ou profissionais com experiência em investimentos internacionais que já atuam nesse mercado há anos; 4) Acompanhamento: mantenha-se informado sobre as condições econômicas, políticas e regulatórias dos mercados nos quais está investindo; 5) Planejamento de longo prazo: invista com uma perspectiva de longo prazo, evitando reações impulsivas às volatilidades de curto prazo (elas existem e vão continuar existindo, infelizmente).

Por fim, independentemente de Donald Trump, Kamala Harris, país A, país B ou país C, faça escolhas de investimento que reflitam seus valores e garantam um futuro próspero e sustentável para você e sua família.

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