É recorde! Bolsa brasileira beira os 136 mil pontos e tem nova máxima histórica
Fonte: Valor Investe
Por: Isabel Filgueiras
ASPAS DE LEANDRO ORMOND
Foram quase oito meses de espera. Mas enfim, o Ibovespa alcançou seu novo recorde de fechamento. Nos pregões anteriores, o principal índice da bolsa brasileira chegou a ensaiar mais uma marca histórica, mas recuava antes do fim das negociações. Nesta segunda-feira, no momento mais alto do dia, chegou a registrar 136.179 pontos, perdendo um pouco do fôlego antes do fechamento.
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- Ainda assim, o Ibovespa subiu 1,36%, encerrando o dia aos 135.778 pontos. No mês, já avança 6,37%. No acumulado do ano, o sinal inverteu. Em vez de perdas, agora registra ganhos de 1,19%.
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- Após meses de giro baixo, o volume de negociações da bolsa também parece ter recuperado o ímpeto, registrando R$ 20 bilhões hoje, acima dos R$ 16,6 bilhões da média diária dos últimos 12 meses.
“O mercado passou a enxergar um ambiente mais favorável para os ativos brasileiros. A alta desta segunda-feira foi impulsionada principalmente pelas expectativas de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Uma possibilidade de queda de juros americanos, combinada com uma chance de aumento da taxa Selic, faz com que o chamado carry-trade tenda a ficar atrativo, impulsionando a bolsa de valores”, afirma Leandro Ormond, analista da Aware Investments. (Entenda o carry-trade clicando aqui).
Diante desse cenário, o especialista já vê o Ibovespa ultrapassando os 140 mil pontos em breve. Segundo ele, a desvalorização cambial sofrida pelo real nos últimos meses também colabora para a entrada do capital estrangeiro novamente na bolsa.
Nesta manhã, o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), mostrou que os economistas participantes da pesquisa passaram a projetar uma inflação mais baixa para 2025, que é o horizonte considerado mais importante para as decisões de política monetária. O custo disso, no entanto, seria uma Selic mais alta.
Nos Estados Unidos, o mercado também teve um dia de queda de juros, o que ajudou a conter o avanço do dólar nos emergentes. Agora, os agentes do mercado veem a redução de 0,25 ponto percentual da taxa de juros como meramente uma questão de tempo.
O consenso é de que na próxima reunião do BC americano (Federal Reserve), haja o primeiro corte. Esta semana, os investidores aguardam pistas sobre a política monetária em meio a falas do presidente do Fed, Jerome Powell, que participa do simpósio anual de Jackson Hole, um dos mais aguardados pelo mercado, nos dias 22 e 24 de agosto.
“O Goldman Sachs reduziu a probabilidade em 20% de recessão nos EUA, depois de dados da semana passada que vieram positivos, motivos pelos quais tivemos a forte valorização das ações globais, lideradas pelas empresas de tecnologia e inteligência artificial. Isso também impulsiona positivamente a nossa bolsa”, explica Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.
Empresas
Do lado positivo, Vale e demais empresas do setor de mineração e siderurgia reagiram positivamente ao aumento no preço do minério de ferro. A desvalorização do dólar, que costuma atingir exportadoras, passou longe de fazer efeito neste dia de apetite ao risco no mercado.
Com juros em queda, empresas ligadas ao mercado doméstico (que atuam no Brasil) e sensíveis às taxas, como varejistas, bancos e construtoras, também subiram com firmeza.
“As ações do Bradesco sobem, por ser um bom momento para as ações do setor bancário que tiveram bom desempenho revelados nos balanços e terem melhora de previsão para carteira de crédito no final deste ano. Além disso, o Goldman Sachs recomendou a compra de Bradesco devido a recuperação da crise estrutural, com os resultados do segundo trimestre que vieram acima do esperado”, avalia Mendonça.
Segundo ela, as ações da Magazine Luiza se beneficiam pelas projeções de maior crescimento do país (PIB) projetado para o final do ano. “Além disso, as projeções do câmbio e juros estáveis para o final também beneficiam a varejista, além das operações digitais da empresa que estão impulsionando as vendas”, completa.