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Diversificar a carteira é a receita para 2024

Aumentar a diversificação dos investimentos é o melhor caminho para os brasileiros seguirem em 2024, sugerem especialistas após o Banco Central cortar os juros pela última vez neste ano. A projeção é que tanto a renda variável quanto a renda fixa devem se beneficiar de um ambiente de controle da inflação e juros menores no mundo, mas não tão baixos assim.

Como era esperado pelo mercado, o Copom do Banco Central cortou ontem a taxa básica de juros da economia de 12,25% para 11,75% ao ano, porque há uma desinflação em andamento. O corte na Selic reduz as taxas dos empréstimos e de alguns investimentos de renda fixa, caso dos títulos atrelados à taxa básica do Tesouro Direto ou de CDBs, LCIs e LCAs atrelados ao CDI.

Parte dos economistas acredita que o BC pode reduzir a Selic a um nível menor do que está embutido no mercado de juros futuros atualmente, de 10% ao ano. Nesse ambiente, a análise é que as bolsas das economias emergentes e a renda fixa, principalmente os títulos atrelados à inflação e os papéis prefixados, apresentarão bom desempenho. Ou seja, a diversificação nessas classes é a chave.

“O cenário externo está muito mais claro agora do que na reunião do Copom anterior”, afirma Rodrigo Cabratiz, gestor de portfólio de alocação da Principal Claritas. “Novembro mostrou como é importante manter a diversificação da carteira. O Ibovespa disparou 12% e os investidores que tinham essa posição e estavam pelo menos um pouco comprados em bolsa acabaram capturando esse bom retorno”, diz.

Novembro mostrou como é importante manter a diversificação da carteira”

Na renda fixa, os títulos atrelados à inflação e os papéis prefixados são os que mais se beneficiam do corte de juros e devem superar a Selic ou o CDI no ano que vem. As taxas deles caíram desde o começo dos cortes de juros, mas estão altas ainda, afirmam especialistas. No Tesouro Direto, há títulos atrelados à inflação oferecendo ao redor de 6% mais a inflação ao ano, com datas de vencimento de 2029 a 2055, e papéis prefixados pagando cerca de 10% ao ano, com datas de vencimento de 2026 a 2033.

Como diz o nome, os títulos atrelados à inflação são valiosos para proteção inflacionária, enquanto os prefixados são um pouco mais arriscados. Existe o risco de os juros caírem menos do que o previsto e o investidor permanecer preso em um papel que paga pouco em relação à Selic. Apesar disso, eles estão valendo a pena para muitos especialistas.

Mauricio Lima, superintendente de investimentos da Western Asset, concorda que os investimentos de renda fixa seguirão em um patamar atrativo. Ele aconselha comprar títulos atrelados à inflação mais curtos ou mais longos, alinhados aos objetivos e ao perfil de cada um, enquanto prefere prefixados intermediários, de até três anos. “Gostamos mais dos títulos prefixados mais intermediários para capturar o ciclo de cortes de juros. Os papéis mais longos embutem riscos fiscais estruturais.”

Já os títulos atrelados à Selic do Tesouro Direto ou os CDBs, LCIs e LCAs atrelados ao CDI, apesar de darem menor remuneração, devem continuar na carteira para efeito de proteção. São ideais para a reserva de emergência (um dinheiro para resgatar em caso de imprevistos na vida) porque dão ganhos saindo a qualquer momento.

As expectativas para a renda variável também são boas, especialmente para as bolsas das economias emergentes, como a local, que sofreram com os juros globais altos e agora se beneficiam com a previsão de reduções. As ações estão partindo de preços ainda bastante deprimidos e à medida que juros forem sendo cortados, aumentará o apetite pela bolsa, afirmam especialistas.

“A escolha entre renda fixa e renda variável em 2024 não está óbvia. Com os juros menores, diminuem as dívidas das empresas, há estímulos para o consumo e sobe o espaço para a bolsa avançar no ano que vem e para o Ibovespa ter um resultado muito bom”, diz Gabriel Redivo, diretor de gestão da Aware Investments.

Para aqueles que acham difícil escolher os papéis, mas querem estar expostos à bolsa, a recomendação é investir em fundos de ações. “Se o objetivo é ter exposição à bolsa, faz mais sentido ir para fundos de ações do que para fundos multimercados. Nem todo gestor de fundo multimercado escolhe estar alocado em ações”, afirma Lima, da Western Asset.

Fonte : valor economico

Por : Júlia Lewgoy — De São Paulo

 

 

 

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