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Como lidar com os riscos

29 de setembro de 2021

 

Correr riscos faz parte da vida e investir não poderia ser diferente. Seja na renda fixa ou na variável, ninguém está livre da probabilidade de algo sair diferente do previsto.

Aliás, existe uma regra muito conhecida e aceita pelos investidores mais experientes: “quanto maior o risco, maior deverá ser seu retorno esperado”. Porém, conhecer os tipos de riscos e lançar mão de estratégias para diluir a imprevisibilidade é essencial para garantir maior rentabilidade com segurança.

Afinal, um investidor somente aceita uma maior exposição ao risco de seus investimentos diante da possibilidade de um ganho maior. Caso contrário, não faria sentido essa exposição.

O que você precisa saber é que há dois tipos básicos de risco: o sistêmico (não diversificável) e o não-sistêmico (diversificável).

 

Risco sistêmico não pode ser anulado

É chamado de risco sistêmico aquele que afeta todos os ativos, seja mais fortemente ou de forma mais amena. Assim, ele não pode ser anulado. Como exemplo, podemos citar a crise econômica provocada pela pandemia, que afetou praticamente todos os segmentos.

Existem outros exemplos, como o chamado risco soberano, que é o risco de um governo não pagar suas obrigações. Quem viveu os anos 1980 deve se lembrar do alto endividamento externo dos países latino-americanos e da grande dificuldade que eles tinham para cumprir seus compromissos.

Na época, governado por José Sarney, o Brasil pediu moratória de sua dívida. Decisão também tomada, anos depois por outros países, como a Argentina.

O risco soberano ocorre no caso de empréstimos bancários e debêntures (bonds), dado que esses instrumentos envolvem remessas de divisas ao exterior na liquidação de suas operações de câmbio, operações cuja realização está mais subordinada às organizações bancárias e às empresas de investimento.

 

Risco não sistêmico é controlável

Já o não sistêmico é aquele que podemos controlar com as nossas decisões. Saber lidar com esse risco é o que diferencia o bom gestor.

Por exemplo, ao investir em uma empresa que depende de insumos importados, há probabilidade de a alta do dólar afetar os custos. Para reduzir esse risco, deve-se balancear a carteira investindo em uma empresa exportadora.

Resultado: em momento de valorização do dólar o investidor pode perder com a primeira, porém ganhar com a segunda. Dentro desta linha de raciocínio pode-se concluir que quanto mais diversificação melhor.

 

Como minimizar riscos?

Escolher ações de empresas sólidas, com bons fundamentos e boas perspectivas futuras é uma dica importante.

Mas também nunca devemos colocar todos os ovos na mesma cesta, ou seja, devemos diversificar a carteira.

Há um consenso no mercado que o ideal é montar uma carteira com pelo menos 10 diferentes papéis, ou mais, para reduzir bastante os riscos do investimento.

Mas diversificar não é apenas comprar ações de diferentes empresas. Se você comprar papéis de 15 diferentes empresas do varejo você não terá diversificado.

Isso porque, em caso de uma determinada crise afetar diretamente o setor, o mais provável é que o comportamento de todas as varejistas seja o mesmo.

O correto é escolher papéis de companhias que tenham correlação invertida, ou seja, que reagem de forma contrária a eventos de mercado.

Pelas mesmas razões, outra forma de mitigar o risco é diversificar também por setores. Se agronegócio e a mineração vão bem, mas varejo e educação estão em queda, os ganhos dos primeiros compensam as perdas dos demais.

 

O que mais observar?

Ao escolher os ativos, também devemos ficar atentos ao risco de crédito, que é a possibilidade de não receber de volta o dinheiro investido e ao risco regulatório, mudança da legislação pelo governo ou por órgãos reguladores.

Há também a possibilidade de desvalorização do papel por causa da volatilidade dos ativos (risco de mercado) e a dificuldade de se desfazer do ativo para conseguir o dinheiro de volta (risco de liquidez).

 

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