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4E Radar MAR/2021

28 de junho de 2021

4E Radar MAR/2021

26/03/2021

Cenário Internacional

EUA – O PIB dos EUA teve crescimento de 4,1% no 4º tri de 2020, na série com ajuste sazonal.
O número reflete a piora da pandemia no país durante o período e ficou um pouco abaixo da expectativa do mercado.

UE – Na Zona do Euro, o PIB do 4º tri de 2020 teve contração de 0,7% comparado ao trimestre anterior, no dado dessazonalizado.
Resultado reflete o recrudescimento da pandemia na região no último trimestre do ano.

Cenário Político

Bolsonaro: ímpeto verborrágico mais agressivo e os conflitos em torno do governo

Ao longo dos últimos dias o presidente manteve alguns ataques à imprensa, e desafiou a lógica do uso de máscaras e aspectos ligados ao isolamento social. Bolsonaro não parece se sensibilizar com os piores números do Covid-19 no Brasil em sua fase mais aguda desde o início de 2020. O presidente segue falando em empregos e na economia, e sua imagem ainda sofre desgastes, a despeito de o auxílio emergencial ser mais impactante que o total de mortes.

Ex-Ministro da Saúde Eduardo Pazuello deu sinais desencontrados de uma estratégia nacional de combate ao Covid-19, prometeu vacinar toda a população até o final do ano e causou incertezas com declarações pouco assertivas e baseadas em dados concretos.

No campo da saúde discursos desencontrados e por vezes negacionistas continuam caracterizando governo e seus principais aliados. Bolsonaro tenta apontar que crise é de responsabilidade dos governadores, defende que salvou empregos ao combater isolamento social e destaca que adoções de medidas extremas nos estados pode findar o obrigando a mandar conta de pagamento do auxílio emergencial para os estados – o que não faz sentido legal. A briga, que não parece mais ser contra o Congresso Nacional ou o Judiciário por questões de prudência, parece se voltar a estados onde identifica inimigos políticos.

Ímpeto mais otimista com avanço de reforma tributária certamente enfrentará velhos desafios associados ao conflito de inúmeros interesses. agenda populista do Planalto no caso da Petrobras, e do preço do diesel, dão mostras que ímpeto eleitoreiro pouco estratégico é o que norteia a agenda de um presidente que parece disposto a se manter no poder.

PIB

Projeção para o PIB de 2021 é de um crescimento de 3,1%. O número considera recuperação parcial da atividade econômica, principalmente no segundo semestre, quando se espera que a vacinação contra a Covid -19 ganhe força no país

A Pesquisa Industrial Mensal de janeiro registrou alta de 0,4% na margem, depois de registrar crescimento de 0,9% em dezembro na mesma comparação

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em fevereiro teve crescimento de 2,9%, em termos dessazonalizados. Seguindo tendência contrária, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,1%.

PIB Regional

O resultado do PIB regional na média móvel trimestral dessazonalizada terminada em dez./2020, trouxe destaques resultados positivos para 20 unidades federativas.

Pela ponta mais positiva, as regiões S(3,6%) e NE (3,6%) foram destaque. No S a Indústria teve um crescimento de 7,4% seguido pelos Serviços de 3,4%. Já no NE os Serviços tiveram um crescimento de 6,2%, enquanto que a Indústria cresceu 3,6%.

O CO foi a região que apresentou a menor taxa de variação no período (-3,0%). O principal responsável foi o desempenho do setor Agropecuária.

Mercado de Trabalho

Segundo a PNAD contínua, do IBGE, a taxa de desocupação (13,9%) no trimestre móvel encerrado em dezembro de 2020 caiu 0,7 p.p comparado ao trimestre de julho a setembro.

A população ocupada teve expansão de 4,5% em relação ao trimestre encerrado em setembro.

O Caged de janeiro acusou criação líquida de 260,3 mil vagas (criação de 291,3 mil vagas na série dessazonalizada).

O número representa queda em relação ao resultado de dezembro, quando houve criação líquida de 354,0 mil vagas na série com ajuste sazonal.

Inflação

O IPCA de fevereiro trouxe inflação de 0,86%.

No acumulado em 12 meses, a inflação foi de 5,20%.

O grupo que exerceu maior pressão positiva sobre o índice foi Transporte (1,02%) com impacto de 0,45 ponto percentual.

O IGP-M de fevereiro registrou alta de 2,53%, ante 2,58% no mês anterior.

O principal condicionante do resultado foi a variação do IPAM, componente de maior peso, que saiu de 3,38% em janeiro para 3,28% neste mês.

Política Monetária

Na reunião de março, o Copom elevou a Selic para 2,75%.

Em relação à atividade econômica brasileira, o Comitê aponta que indicadores recentes, em particular a divulgação do PIB do quarto trimestre, continuaram indicando recuperação consistente da economia, a despeito da redução dos programas de recomposição de renda.

O Copom também ressalta que a continuidade da recente elevação nos preços de commodities internacionais em moeda local tem afetado a inflação corrente e causou elevação adicional das projeções para os próximos meses, especialmente através de seus efeitos sobre os preços dos combustíveis.

Política Fiscal

A arrecadação tributária e previdenciária de janeiro trouxe ligeira baixa na comparação com o mesmo mês do ano anterior, possivelmente ainda refletindo parte do represamento de arrecadação dos meses anteriores.

O resultado primário do Governo Central em janeiro foi positivo em R$ 43,2 bilhões, pouco pior que o mesmo mês do ano anterior, mas um bom desempenho se considerarmos o período de pandemia.

O resultado do setor público consolidado, por outro lado, foi ligeiramente melhor do que o de janeiro/20, na esteira do resultado de estados e municípios.

Contexto de crise provocado pela pandemia relega arrecadação ao segundo plano, uma vez que desafio esteve em aumentar dispêndio para evitar queda mais aguda da atividade econômica.

Taxa de Câmbio

Acreditamos que a taxa de câmbio tende a se estabilizar em patamar mais depreciado, em termos reais, frente aos níveis de 2010-2014, uma vez que os preços de exportações devem permanecer abaixo do pico alcançado nos últimos anos – em outras palavras, não esperamos um novo boom de commodities. Além disso, o cenário internacional quanto à liquidez tende a se tornar menos favorável que nos últimos anos.

Continuamos a enxergar dificuldades em aprovar novas reformas, em especial a tributária, algo que certamente limita o potencial de recuperação do real.

No curto prazo, o Banco Central continua atuando no combate à volatilidade, tanto no mercado futuro quanto no spot.

Fonte: 4E Consultoria

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