Investimento em renda fixa cresce 38% em volume com aumento da taxa de juros
Com a taxa básica de juros (Selic) a 12,75%, a renda fixa volta a ser uma opção muito atraente para os investidores. O número de pessoas físicas investindo no segmento cresceu 17% entre abril de 2021 e março de 2022, de acordo com um recente estudo da B3, a bolsa de valores. O volume dos investimentos, que é o valor em custódia, saltou 38% nesses produtos durante o período, atingindo R$ 1,182 trilhão.
Num tempo de tantas incertezas, a renda fixa é aquele lugar seguro e cheio de opções de alta liquidez para o caso de o investidor precisar realizar um saque com urgência. Com o menor risco de calote, os títulos públicos do Tesouro Direto conquistaram 28% mais investidores pessoas físicas em 12 meses, saindo de de 1,5 milhão para 1,9 milhão de CPFs investidores.
Embora o valor total em custódia de títulos do Tesouro tenha subido 27%, de R$ 65,4 bilhões para R$ 83,2 bilhões, o saldo médio por investidor ficou 13% menor, em R$ 2.300.
Historicamente com menos adeptos, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) ganharam a atenção dos investidores. O produto que é isento de imposto de renda teve crescimento de 111% na quantidade de investidores e de 104% no volume investido.
Veja como se saíram os outros produtos de renda fixa:
- Entre dezembro de 2020 e março de 2022, os CDBs tiveram um aumento de 20% na quantidade de CPFs (atualmente, são 7,3 milhões de pessoas) e de 16,6% no volume investido, atingindo R$ 513,8 bilhões.
- COEs (Certificados de Operações Estruturadas) tiveram crescimento de 34% no número de investidores pessoa física e de 47% no volume investido.
- LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) conquistaram 39% de CPFs a mais e 37% de volume investido.
- Debêntures registraram altas de 54% e 65%, respectivamente
- CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) tiveram alta de 65% e 54% em CPFs e valor em custódia, respectivamente.
- CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) alta de 82% de CPFs e 43% a mais no volume investido.
Renda variável segue no radar
O brasileiro segue na descoberta da renda variável. Entre abril de 2021 e março deste ano, os produtos do segmento tiveram aumento de 40% no número de investidores. A quantidade de CPFs cresceu 44% e chegou a 4,3 milhões. Já a quantidade de contas de pessoas físicas teve alta de 41%, visto que uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.
Segundo a B3, os destaques são o crescimento dos fundos de índices ETFs e de BDRs, que são os recibos de ações de empresas estrangeiras, como Apple e Amazon, e podem ser negociadas no Brasil apesar de serem listadas lá fora.
De acordo com o estudo da B3, a preferência por BDRs segue uma tendência de diversificação internacional do investidor de renda variável, que também se reflete nos ETFs, fundos de investimento cujas carteiras espelham a composição de algum índice de referência. Esses fundos registraram alta de 78% em 12 meses, atingindo 529 mil CPFs, com aumento de 32% no valor custodiado (R$ 10,4 bilhões).
BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe