4intelligence: RADAR MAIO/2023
Internacional
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, avançou 0,4% na passagem de março para abril. Com o resultado, a inflação, em trajetória de arrefecimento, acumula alta de 4,9% em doze meses.
Fed provavelmente já encerrou o ciclo de altas com a a taxa básica de juros no intervalo entre 5,00% e 5,25%. Julgamos que os juros deverão ser mantidos neste patamar até, pelo menos, o final do ano.
Brasil
Em decorrência de um ritmo de atividade mais aquecido do que o esperado neste início de ano,revisamos a nossa estimativa de crescimento no primeiro trimestre para 0,6%. Dessa forma, a nossa perspectiva de crescimento em 2023 passou de 0,9% para 1,2% – projeção que incorpora a expectativa de uma recuperação expressiva da produção agrícola, resiliência do consumo e do mercado de trabalho, além de uma redução dos riscos ficais com a apresentação do projeto do novo arcabouço.
O volume de serviços prestados avançou 0,9% em março, depois de expandir 0,7% em fevereiro, na série livre de influências sazonais. Já o varejo cresceu 0,2% na modalidade restrita e 0,4% na ampliada.
Prospectivamente, antevemos que, no médio prazo, o ritmo de atividade de Serviços tende a desacelerar na medida que o espaço de crescimento se esgota. Até o momento, quase todos os segmentos já superaram a queda causada pela pandemia, com exceção do volume de Serviços Prestados às Famílias, que ainda está em patamar 6,2% inferior ao de fevereiro de 2020.
Para o varejo, esperamos que o crescimento seja sustentado por setores mais influenciados pela renda em função do dinamismo do mercado de trabalho e da valorização real do salário-mínimo. Para segmentos mais sensíveis ao ciclo monetário, por outro lado, o cenário é desfavorável, dado o nível restritivo das taxas de juros e do quadro de alto endividamento familiar.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou inflação de 0,61% em abril, após avançar 0,71% em março. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,18% nos últimos doze meses e de 2,72% no ano.
No médio prazo, mantemos a expectativa de uma menor participação do preço de alimentos na inflação total neste ano, decorrente da recuperação da produção agropecuária e da dissipação dos efeitos base do ano anterior. No campo energético, avaliamos que os preços tendem a responder ao ritmo de crescimento da atividade internacional, que atravessa um período de profundas incertezas. De qualquer forma, a contribuição da energia e combustíveis também deve ser mais amena neste ano. Por fim, permanecem os itens mais relacionados ao ciclo econômico que caracterizam a inflação subjacente, que deve arrefecer mais lentamente em consonância com a desaceleração gradual da atividade.
A taxa de desemprego encerrou o primeiro trimestre do ano em 8,8% – em patamar 0,9 p.p. superior ao verificado nos três meses encerrados em dezembro.
Por ora, os dados de emprego apontam para um mercado de trabalho mais aquecido do que o esperado neste início de ano. Julgamos, no entanto, que essa dinâmica não se sustentará nos próximos trimestres, que deverão ser marcados por um menor ritmo de crescimento da força de trabalho e da ocupação, movimentos que, combinados, farão com que a taxa de desemprego oscile. O pano de fundo é uma economia desacelerando em virtude do aperto monetário, do alto grau de endividamento das famílias e de um cenário externo menos favorável.
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