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4intelligence: RADAR JUNHO/2023

Internacional

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) manteve estável o seu intervalo para a taxa básica de juros em 5,00% – 5,25% na decisão deste mês.

A despeito do aperto monetário em curso, a resiliência do consumo e do mercado de trabalho vem solidificando a perspectiva de um soft landing – cenário de redução da inflação sem muitos custos ao crescimento.

Brasil

No Brasil, o Produto Interno Bruto cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na série livre de influências sazonais, impulsionado pela regularização das condições de oferta na agropecuária, que expandiu 21,6% na mesma base de comparação.

Ao mesmo tempo, ao se observar, pela ótica da demanda, o crescimento tímido do consumo familiar e do governo, além do recuo na FBCF, nos deparamos com um quadro mais condizente com um cenário de desaceleração da absorção interna que já era esperado em função dos fundamentos macroeconômicos restritivos – as taxas de juros elevadas e o alto grau de endividamento das famílias. De qualquer forma, em função do resultado do primeiro trimeste, revisamos a nossa projeção de crescimento em 2023 de 1,2% para 2,0%.

O varejo restrito cresceu 0,1% em abril, após avançar 0,8% em março, descontados os efeitos sazonais. Já o varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos, material de construção e atacado especializado em alimentos e bebidas, recuou 1,6%, puxado pelo setor automotivo.

No médio prazo, julgamos que a dinâmica do varejo responderá a dois vetores apontando em direções distintas. Por um lado, a recuperação da renda, o arrefecimento da inflação e a resiliência do mercado de trabalho deverão sustentar setores relevantes, como o de Hiper e supermercados. Na contramão, o nível restritivo das taxas de juros e o alto grau de endividamento familiar impõem uma limitação ao crescimento de segmentos mais ligados ao ciclo creditício – como os caracterizados por bens duráveis, além de construção civil.

Para serviços, esperamos que o setor se beneficie da sua sensibilidade à renda – que conta com uma dinâmica positiva nos últimos meses. Pesa sobre o setor, por outro lado, o quadro de alto endividamento doméstico – que compromete os recursos disponíveis das famílias. O cenário, dessa forma, está posto para que o segmento permaneça oscilando, influenciado por estas duas forças distintas.

O IGP – M apresentou uma deflação de 1,84% em maio , puxado pelo maior recuo do índice de preços ao produtor (IPA) já registrado até então (-2,72%).

Esperamos que, no curto prazo, a recuperação da produção agrícola continue a despressurizar os preços no atacado – quadro que pode ser reforçado pela manutenção da tendência de apreciação cambial. No cenário mundial, temos a perspectiva de desaceleração das economias avançadas compensada pela forte retomada da atividade chinesa, contexto que, em nossa avaliação, motiva alguma volatilidade nos preços de commodities.

A taxa de desemprego encerrou o trimestre até abril em 8,5% – o menor resultado para o período desde 2015.

Por ora, os dados de emprego apontam para um mercado de trabalho mais aquecido do que o esperado. Julgamos, no entanto, que essa dinâmica não se sustentará nos próximos trimestres, que deverão ser marcados por um menor ritmo de crescimento da força de trabalho e da ocupação, movimentos que, combinados, farão com que a taxa de desemprego oscile.

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