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RELATÓRIOS E ARTIGOS ECONÔMICOS

4E RADAR DEZ/2022

Internacional

O PIB dos Estados Unidos cresceu 0,8% no terceiro trimestre, segundo a última estimativa divulgado pelo Bureau of Economic Analysis.


O crescimento do terceiro trimestre ratifica um quadro econômico mais positivo do que o antecipado, marcado pela resiliência do consumo das famílias e por um mercado de trabalho aquecido. Reforçase, à vista disso, a expectativa guardada pelo FOMC – comitê de política monetária do Federal Reserve – de que a economia pode pousar suavemente, isto é, passar por uma desinflação com poucos custos ao crescimento.

Brasil

Após dois recuos consecutivos, a produção industrial voltou a variar positivamente e cresceu 0,3% frente a setembro, na série livre de influências sazonais. Prospectivamente, o setor industrial deve continuar avançando, porém em cenário mais próximo a estabilidade, diante o esgotamento gradual dos efeitos do Auxílio Emergencial e da expansão do consumo das famílias. As expectativas de flexibilização da política de “Covid zero” na China podem exercer influência positiva sobre a produção industrial nacional, especialmente no setor extrativo.


Em outubro, o volume de vendas avançou tanto no varejo restrito (0,4%) quanto no ampliado (0,5%) – na série livre de influências sazonais. Julgamos que o varejo restrito deve continuar crescendo nos próximos meses, mas em taxas muito próximas da estabilidade. Por um lado, os efeitos da política monetária contracionista devem reduzir o nível de atividade de setores sensíveis ao crédito.


O volume de serviços recuou 0,6% na passagem de setembro para outubro, na série livre de influências sazonais. No curtíssimo prazo, projetamos que o volume de serviços deve continuar avançando no último bimestre de 2022, refletindo a elevação da renda disponível das famílias de menor poder aquisitivo – via programas de transferência – e à junção da Copa do Mundo e festividades de final de ano.

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saltou 0,41% ante ao mês imediatamente anterior, após avançar 0,59% em outubro. A variação positiva do Índice Geral
deveu-se sobretudo ao comportamento dos grupos de transportes (0,83%) e alimentação e bebidas (0,53%). Para o último mês do ano, antevemos arrefecimento na pressão inflacionária em função da redução anunciada pela Petrobras nos preços da gasolina (6,49%) e do diesel (8,9%), contrabalanceando os impactos negativos sobre o preço dos laticínios, frutas e leguminosas resultantes das paralisações nas rodovias federais e estaduais, de forma que o índice de preços encerre o ano em 5,7%.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicou a criação líquida de 159,4 mil novos postos de trabalho em outubro. Se, até então, observávamos um mercado formal aquecido, impulsionado pelo fôlego de serviços e ancorado na resiliência do consumo privado e nas políticas expansionistas temporárias do governo federal, a expectativa para os próximos meses é naturalmente menos otimista, com os sinais de desaceleração da economia neste quarto trimestre (esperamos que o PIB apresente retração de 0,5% nos três meses até dezembro).

Política

O STF decidiu, por 6 votos a 5 que o pagamento das emendas do relator, esquema batizado de “orçamento secreto” é inconstitucional. A tese vencedora é da ministra e presidente Rosa Weber. A decisão desencadeou atos que buscam dar novo semblante à lógica de relação entre os poderes no país. STF entrou em recesso no dia seguinte ao desfecho da ação.

BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: 4E Consultoria

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