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Sem surpresas, Claro, Telefônica e TIM arrematam faixas importantes no leilão do 5G

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realiza nesta nesta quinta-feira o leilão de licenças da quinta geração da rede móvel (5G). Ao todo, serão oferecidos lotes que somam 3.710 megahertz (MHz) em capacidade de redes. As licenças do leilão estão distribuídas nas faixas de 3,5 GHz, 2,3 GHz e 26 GHz.

A faixa de 3,5 GHz e a de 26 GHz, que também está prevista para ser licitada, são consideradas pela Anatel as principais para a plena implantação do 5G no Brasil.

O leilão de 5G começou pela faixa de 700 megahertz (MHz), no lote A1, em que é oferecido o bloco de 10+10 MHz. O compromisso do comprador é implantar a tecnologia 4G em rodovias e localidades predefinidas. A área de prestação do serviço é em quase todo o território brasileiro, exceto quatro setores do plano geral de outorgas (PGO).

Winity II Telecom, provedor de internet lançado pelo fundo de infraestrutura Pátria Investimentos, que tem como acionista a Blackstone, foi declarada vencedora do lote nacional de 700 MHz, com lance de R$ 1,427 bilhão. O ágio foi de 805% sobre o preço mínimo.

Como obrigação, a Winity deverá cobrir 625 localidades até 2025 e 1.185 trechos de rodovias federais, totalizando 31 mil quilômetros de estradas, até 2029. O serviço 4G deverá ser levado a todo o país, exceto à região do Triângulo Mineiro que corresponde à região de concessão de telefonia fixa da Algar Telecom.

Na sequência, a Claro arrematou a primeira licença nacional de 80 megahertz na tecnologia móvel de quinta geração, na faixa de radiofrequência de 3,5 gigahertz (GHz), do tipo B1. Para isso, a operadora ofereceu R$ 338 milhões. A Vivo apresentou uma proposta de R$ 321,3 milhões e a TIM de R$ 331 milhões pela licença, mas não quiseram dar um novo lance

Em seguida, a Telefônica, dona da marca Vivo, levou a segunda licença nacional de 80 megahertz na tecnologia móvel de quinta geração, na faixa de radiofrequência de 3,5 gigahertz (GHz). Para isso, a operadora ofereceu R$ 420 milhões.

TIM apresentou uma proposta de R$ 390 milhões e não quis dar um novo lance. Porém, com um lance de R$ 351 milhões, levou o terceiro lote nacional da faixa de 3,5 GHz.

Com essa licença, Claro, Vivo e TIM deverão levar 5G a municípios com mais de 30 mil habitantes, na densidade de uma antena para a cada 15 mil habitantes, além de rede de fibra óptica de alta capacidade para 530 municípios até 2025. Os compromissos também incluem financiar a migração dos sistemas de antenas parabólicas e a implementação de redes públicas, que inclui projeto de inclusão digital na região amazônica e a rede privativa de uso exclusivo da administração federal.

Sercomtel Telecomunicações arrematou lote regional de 80 megahertz (MHz) na faixa de 3,5 gigahertz (GHz), na região Norte e Estado de São Paulo, exceto o “setor 33” do plano geral de outorga (PGO) do setor. A operadora desbancou a concorrentes com o lance de R$ 82 milhões.

O “setor 33” inclui as seguintes cidades do Estados de São Paulo: Altinópolis, Aramina, Batatais, Brodosqui, Buritizal, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Colômbia, Franca, Guaíra, Guará, Ipuã, Ituverava, Jardinópolis, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Ribeirão Corrente, Sales de Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santo Antônio da Alegria e São Joaquim da Barra.

Em seguida, no certame do tipo ‘C4’, o lance de R$ 1,250 bilhão da Brisanet Serviços de Telecomunicações pelo lote regional de 3,5 GHz, na região Nordeste, gerou surpresa durante o leilão. O valor representou um ágio de 13.741% sobre o preço mínimo da licença.

A Brisanet também arrematou o lote regional ‘C5’ de 80 megahertz (MHz) na faixa de 3,5 gigahertz (GHz), na região Centro-Oeste, exceto o “setores 22 e 25” do plano geral de outorga (PGO) do setor. A operadora desbancou as concorrentes com o lance de R$ 105 milhões.

O setor 22 do PGO abarca apenas o município de Paranaíba, no Estado de Mato Grosso do Sul. Já o setor 25 lista as cidades goianas de Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Inaciolândia, Itumbiara, Paranaiguara e São Simão.

Já o lote C6 teve uma disputa acirrada entre o Consórcio 5G Sul e Mega Net pela faixa de 3,5 GHz na região Sul. Depois de vários lances, o vencedor foi o Consórcio 5G Sul com oferta de R$ 73,6 milhões, o que representa um ágio de 1.454,54%.

Ao adquirir o lote regional de 80 MHz na faixa de 3,5 GHz, as operadoras deverão levar a tecnologia 5G a municípios com menos de 30 mil habitantes, além de rede de fibra óptica a municípios que não contam com esta infraestrutura.

Cloud2U Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos, do fabricante de São José dos Campos chamado Greatek, arrematou outro lote regional de 3,5 GHz, nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, do tipo “C7”. Neste caso, o lance vencedor foi de R$ R$ 405,1 milhões.

No lote do tipo “C8”, também de 80 MHz na faixa de 3,5 GHz, a Algar Telecom levou licença regional que alcança municípios de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. A operadora arrematou a licença com a proposta vencedora R$ 2,350 milhões, que representou o ágio de 358% sobre o preço mínimo.

Licenças nacionais de 20 megahertz

Sem maiores disputas, Claro, TIM e Telefônica Brasil/Vivo levaram também licenças nacionais de 20 megahertz (MHz) na faixa de 3,5 gigahertz (GHz).

No bloco nacional de 20 MHz, Claro ofereceu R$ 80,338 milhões, ligeiramente superando o lance de R$ 80,337 milhões da Telefônica Brasil. Ao atingir o chamado “spectrum cap”, a Claro não pode participar da compra de nova licença em 3,5 GHz.

A TIM, então, levou o segundo bloco nacional de 20 MHz em disputa com a Telefônica. O lance da operadora brasileira controlada pelo grupo Telecom Italia bateu a oferta, de preço de igual valor, da concorrente controlada pelo grupo espanhol Telefónica que também apresentou o valor mínimo de R$ 80,337 milhões. A vitória foi decidida por sorteio.

Telefônica Brasil comprou, sem dificuldades, o último lote nacional de 20 MHz em 3,5 GHz pelo preço mínimo de R$ 80,337 milhões, diante da desclassificação das concorrentes que haviam atingido o limite de aquisição nessa faixa.

BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe

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