Com Selic baixa, custo da dívida pública tem menor nível da série histórica
No entanto, com vencimentos de títulos se aproximando, Tesouro terá de encontrar compradores para bilhões de reais em títulos até o fim deste ano
O custo médio acumulado nos últimos 12 meses do estoque da Dívida Pública Federal (DPF) fechou março em 7,64%, uma queda em relação ao índice de 8,11% ao ano registrado em fevereiro, justamente no período em que a Selic atingiu as mínimas históricas.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luís Felipe Vital, que o custo médio da DPF é o menor da série histórica. No entanto, ele lembra que os meses de abril e maio concentrarão vencimentos estimados em R$ 423,8 bilhões. Já em setembro e outubro, esse valor é superior a R$ 490 bilhões em títulos. “Temos um vencimento bastante expressivo em abril de 2021”, disse.
Em outras palavras, para que a rolagem da dívida se mantenha nesse nível após os vencimentos próximos, o Tesouro terá que encontrar compradores para centenas e centenas de bilhões em títulos de dívida até o fim deste ano.
Um fator que contribuiu para a redução custo da dívida foi o patamar mais baixo da Selic se comparado a outros momentos históricos. A taxa serve como referência para o pagamento de pós-fixados, o que corresponde a pouco mais de 1/3 da dívida.
Segundo dados do Tesouro, o colchão de liquidez totalizou em março R$ 1,119 trilhão, aumento de 19,96% em relação a fevereiro. “Valor de fim de março de 2021 seria suficiente para pouco mais de sete meses à frente”, disse Vital. “É um indicador bastante volátil”, disse.
Crescimento
Ainda que o custo da dívida tenha diminuído, o montante dela cresceu 0,85% em termos nominais na passagem de fevereiro para março, somando R$ 5,242 trilhões. O número ficou fora da meta estabelecida no Plano Anual de Financiamento (PAF), que determina uma oscilação entre R$ 5,6 trilhões e R$ 5,9 trilhões em 2021.
De acordo com números divulgados hoje pelo Tesouro Nacional, a Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) registrou uma alta de 0,74%, para R$ 4,987 trilhões em março. Já a Dívida Federal Externa somou R$ 255,46 bilhões (US$ 44,84 bilhões), o que representa um aumento de 3,04% na comparação com os números de fevereiro.
Fonte: Valor Investe
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