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Blockchain mostra potencial para impactar setores tradicionais e avança para estágio de maturidade

O lançamento de um fundo voltado a dar orientação jurídica gratuita para fundadores de criptomoedas, liderado pelo ex-presidente do Twitter, e o anúncio de que a moeda digital dogecoin vai ser aceita para o pagamento de alguns produtos da Tesla (TSLA34) são algumas das principais notícias do universo dos criptoativos na manhã dessa sexta-feira. Mas a semana também foi agitada, entre outros motivos, por conta da avaliação do Fundo Monetário Internacional sobre a maior correlação entre criptomoedas e ações, que coloca o bitcoin com um ativo com comportamento de risco mais tradicional. Por trás de tudo isso está a tecnologia blockchain, engrenagem que garante as transações de ativos digitais sejam possíveis. A inovação gerada pela rede tem potencial de transformar outros setores econômicos tradicionais, na avaliação de especialistas no painel “Criptomoedas e NFT”, apresentado pelo Rio Innovation Week.

O evento promovido pela Editora Globo reuniu Marcelo Maziero, presidente do conselho da Central de Recebíveis (Cerc)Luciano Vassan, cofundador do BrasilNFT e Gustavo Cunha, sócio da Resetfunds e da Fintrender.

Na avaliação de Maziero, setores considerados “muito burocráticos” podem ser transformados por meio da tecnologia, conhecida por seu nível de segurança oferecido para a troca de informações. Na avaliação do executivo, a criptografia representa um diferencial importante para que os cidadãos possam realizar a autenticação de documentos – originalmente digitais ou cópias de documentos físicos – pelo formato virtual.

“O blockchain é a grande revolução do mercado porque viabiliza que se tenha muita segurança no que tá escrito num contrato. Existe um mundo do século XIX que ainda está resistindo. Mas não faz sentido hoje, em tempos de blockchain, eu ter que ir ao cartório ou ao banco, por exemplo.”, diz.

Gustavo Cunha, sócio da Resetfunds e da Fintrender, chama a atenção para a quantidade de criptomoedas existentes e as múltiplas possibilidades que as moedas digitais podem gerar no mundo real. “Em 2016, eram basicamente duas criptomoedas: Bitcoin e Ethereum. Hoje são mais de 15 mil iniciativas de criptomoedas e você consegue representar qualquer setor e atividade econômica do mundo, desde o setor financeiro com DeFi (finanças descentralizadas), passando pelo setor de telecomunicações e pelo setor de descentralização de armazenamento em nuvem, até o setor de games.”

De maneira geral, uma educação financeira que inclua a discussão é defendida pelos especialistas para que o Brasil avance na economia digital.

A avaliação, contudo, é que outros setores “mais conectados” também podem ser altamente impactados pelas soluções criadas a partir da tecnologia. Luciano Vassan, cofundador do BrasilNFT, cita as transformações já em curso no setor do entretenimento, que tem movimentado milhões com a criação e venda de obras vinculadas a um token de características únicas, os NFTs.

Para o consultor, a venda dos certificados digitais únicos que registram a posse de uma obra de arte ou um colecionável realizada diretamente pelos artistas traz novas formas de receita para os criadores. “O NFT chega para empoderar os artistas.”, observa.

Para os especialistas, porém, o potencial do blockchain, ainda não foi totalmente explorado diante da possibilidade de novos usos que a tecnologia pode ter. Para Luciano Vassan, as novas tecnologias estão em fase de maturação. “Estamos terminando de passar pelo período da negação e vamos passar por esse período de maturação.”

“Estamos passando por uma mudança radical e ainda no começo das discussões sobre criptomoedas, NFTs, blockchain. Não sabemos ainda todos os usos que vamos ver pela frente”, complementa Marcelo Maziero.

Fonte: Valor Invste

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