Gostaríamos de compartilhar nossa CARTA MENSAL AWARE ref. junho/2022.
No arquivo completo anexo, encontrará nossa análise mensal.
DESTAQUES:
Internacional
- A turbulência inflacionária persistente nos EUA, a dificuldade em retomar a atividade econômica e uma guerra na Ucrânia cada vez mais longa e sem perspectivas de acabar continuam a assombrar as potências globais.
- A desilusão com um ‘soft landing” fiscal e inflacionário já é realidade e o Fed assume o otimismo exacerbado visando correr atrás do tempo perdido. O cenário de crise não é mais meramente especulativo.
- Com dois imbróglios à frente, líderes europeus e o Banco Central ignoram a questão inflacionária e focam em retardar o avanço russo e buscar soluções para a dependência energética do gás soviético.
- Com um tom cauteloso, o governo chinês não pensa em abandonar a política do Covid zero nos próximos 5 anos. Novos lockdowns não estão descartados e, a economia que tanta expectativa tem na flexibilização das medidas, pode enfrentar novos reveses.
- Enfrentando um problema não visto em território japonês por décadas, a inflação mais uma vez esteve acima da meta no mês de maio. Contudo, a calma é pregada pelas autoridades responsáveis e mesmo com o iene surfando uma onda negativa não haverá uma intervenção cambial direta.
- Na América Latina, a tendência em subir juros é mantida e a baixa popularidade dos governantes, principalmente no Chile, atinge níveis preocupantes.
Brasil
- Após meses de valorização frente ao dólar americano, o real perdeu força frente às moedas fortes, mais especificamente uma queda de 10,15% em relação ao dólar.
- Mirando somente o curtíssimo prazo, o projeto de limitação do ICMS já começa a surtir efeito na economia real, com uma queda de R$0,26 no preço médio da gasolina comum e de R$0,15 no etanol.
Bolsas | Juros & Câmbio
- Em junho, o principal índice doméstico realizou lucros novamente, com baixa de 11,5% no período, marcando a perda dos 100.000 pontos. A queda mensal contribuiu para reversão da performance desde o início do ano, acumulando baixa de 5,99% no primeiro semestre.
- Nos EUA, a dinâmica de realização de lucros foi ainda mais intensa. O S&P teve queda de 8,71% no mês, contribuindo para a desvalorização de 21% desde o início deste ano, marcando a pior performance para um primeiro semestre desde 1970.
- A alta nos yields do “Pai do Mercado”, o Tesouro Americano, acarretou valorização do dólar ao redor do globo, com o Índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de outras moedas fortes, registrando alta de 2,88% no mês de junho.
Perspectivas
- Com mais uma surpresa nos dados de inflação, o FED foi obrigado a acelerar o ritmo da alta de juros para +75bps. Registramos que o grande risco para esse cenário de altas expressivas de juros nos EUA seria uma recessão mais forte e prolongada do que o esperado, acarretando a volta de estímulos monetários e fiscais.
- Além de toda volatilidade trazida por “ventos externos”, o mercado local observou uma reprecificação dos riscos fiscais e inflacionários, devido a nossos tradicionais e constantes ruídos políticos. Esperamos ainda mais volatilidade nos próximos meses, principalmente no mercado de juros e câmbio, devido a intensificação do newsflow eleitoral.
- Apesar do ciclo de aperto monetário nos EUA pressionar mercados emergentes em geral, acreditamos em manutenção da rotação em curso, de ações de crescimento para as fortes geradoras de caixa. Além da rotação global, mantemos visão construtiva para bolsa local no médio/longo prazo, devido aos valuations extremamente descontados
Gostaríamos de nos colocar à disposição para comentar qualquer ponto da estratégia.
Atenciosamente,
Equipe Aware Investments