Gostaríamos de compartilhar nossa CARTA MENSAL AWARE ref. fevereiro/2022.
No arquivo completo anexo, encontrará nossa análise e recomendações mensais.
DESTAQUES:
Internacional
- Fevereiro foi mais um mês de alta volatilidade nos mercados. Os preços dos ativos foram novamente impactados pela proximidade do início do ciclo de alta de juros americanos.
- A invasão militar na Ucrânia promovida pela Rússia surpreendeu negativamente. A consequência econômica imediata do evento é de um novo impulso inflacionário mundial. Os preços das principais commodities energéticas e agrícolas atingiram novas máximas diante da interrupção da cadeia de oferta e de sanções econômicas impostas pelo Ocidente.
- Nos EUA, o crescimento econômico segue robusto e a inflação acelera. Foram criados quase 500 mil empregos em janeiro, e a taxa de desemprego permaneceu em 4%, o que provavelmente é um nível muito próximo do pleno emprego.
- Não houve muitas novidades na China, que segue lentamente relaxando as condições monetárias e creditícias. A atividade econômica parece ter entrado em velocidade de cruzeiro, com crescimento provavelmente muito próximo do potencial.
- Na Europa, a inflação seguiu acelerando e a situação vai piorar com as sanções à Rússia. A já contratada alta dos preços de energia se refletirá nos índices de inflação em breve, e sem dúvidas as empresas tenderão repassar o máximo possível aos consumidores, sob o risco de terem suas margens severamente comprimidas.
Brasil
- No Brasil, a inflação segue preocupando. A inflação em 12 meses ainda não passou do pico, e provavelmente conviveremos mais alguns meses com IPCA rodando acima de 10% no acumulado de 12 meses. Os indicadores de confiança de fevereiro sugerem uma certa acomodação da atividade econômica.
- Para março, devemos começar a ver o andamento de alguns pontos que seguem pendentes desde o ano passado, a exemplo da Reforma Tributária. Além disso, Guedes informou que haverá uma série de anúncios que tentarão beneficiar a economia, além de possível redução de 25% no IPI, medida para tentar conter a alta da inflação.
Bolsas | Juros & Câmbio
- O Ibovespa fechou fevereiro com alta de 0,89%, aos 113.141pontos, mesmo com a forte entrada de fluxo dos estrangeiros e busca por ações domésticas consideradas descontadas.
- O dólar comercial encerrou o mês a R$ 5,1557 (-2,83%), mostrando a valorização do Real frente ao Dólar.
- O real segue performando acima das moedas dos países emergentes desde o início do ano. O cenário de tendência de valorização de commodities, historicamente correlacionado com o câmbio brasileiro, corroborou e muito para a valoração da moeda.
Perspectivas
- No radar deste mês, continuaremos acompanhando todo o conflito entre Rússia e Ucrânia, com início de sanções dos países à Rússia, como EUA, União Europeia, Austrália, Japão, entre outros. Além disso, monitoraremos as “divisões” de apoio a cada um dos países durante este início de Guerra. Acreditamos que as questões geopolíticas possam perdurar por mais tempo do que o anteriormente previsto prejudicando, ainda mais, as já desbalanceadas cadeias de grãos, metais e energia em oferta e demanda, gerando grande volatilidade nos principais mercados globais.
- A bolsa brasileira tende a ser beneficiada, já que o índice é repleto de ações de valor e commodities em sua composição. Esta perspectiva positiva para os ativos de renda variável domésticos é proveniente de fatores externos de curto prazo gerados por este influxo de divisa expressivo, visto que o cenário interno permanece rodeado de incertezas. Em relação aos fundamentos da bolsa brasileira, ainda consideramos as ações em patamares de valuation descontados, cerca de 20%, frente a sua média histórica.
- Ajustes nos juros deverão ser feitos por todos os bancos centrais e já se fala em um estagflação global, ou seja, estagnação econômica e inflação, principalmente nos mercados desenvolvidos.
- Com esse cenário doméstico, nosso racional de alocação para os próximos meses consiste em priorizar alocação em ativos mais curtos e de liquidez, para aproveitar oportunidades em momentos de maior assimetria. Não recomendamos alocação em títulos longos, em razão da alta sensibilidade às variações na taxa de juros.
TOP PICKS
- Nossa TOP PICKS para março permanece inalterada.
Ficamos à disposição para dúvidas e maiores informações.
Boa leitura!